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Cúpula do Egito reforça apoio a Mahmoud Abbas e ao Fatah
A cúpula entre líderes árabes e o premiê israelense, Ehud Olmert, nesta segunda-feira no Egito foi finalizada com um reforço do apoio internacional ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e ao governo de emergência que ele formou na Cisjordânia. Na cúpula, Olmert anunciou uma proposta para libertar 250 membros do movimento Fatah, de Abbas, que estão presos em Israel.
O Fatah e o movimento islâmico rival Hamas --partidos políticos que possuem braço armado-- dividiam até meados de junho o poder em um governo de coalizão palestino, mas romperam o acordo em meio a uma onda de violência que deixou mais de cem mortos na faixa de Gaza. Enquanto o Hamas tomou, à força, o controle da faixa, Abbas destituiu o grupo do poder e criou um gabinete de emergência na Cisjordânia.
Os Estados Unidos e a União Européia também já deixaram claro seu apoio ao governo emergencial de Abbas.
Além de Olmert, compareceram hoje à cúpula no balneário egípcio de Sharm el Sheikh o presidente do Egito, Hosni Mubarak, o rei Abdullah 2º, da Jordânia, e o próprio Abbas. A reunião demonstrou a criação de uma frente árabe moderada que, ao lado de Israel, se opõe aos grupos considerados radicais no Oriente Médio.
Apesar do apoio geral a Abbas, os líderes não conseguiram apresentar um comunicado conjunto ao fim da cúpula. Cada líder deu uma declaração final, em separado.
Apesar das insistências árabes para alcançar compromissos tangíveis sobre os territórios e para a elaboração de uma agenda de negociações, a cúpula se limitou a declarações de boas intenções. Nenhum plano ou agenda executiva prática foram anunciados.
Legitimidade e paz
Na cúpula, Olmert lançou uma proposta para liberar 250 detidos do Fatah, desde que não tenham "sangue em suas mãos" e se comprometam a não cometer "atos terroristas".
Além disso, ele anunciou uma série de medidas econômicas para desbloquear os fundos retidos provenientes dos impostos palestinos recolhidos por Israel, que não deverão chegar até o Hamas.
O presidente do Egito disse que em suas negociações bilaterais concordou com os outros líderes em "apoiar a legitimidade de Mahmoud Abbas e a unidade dos territórios palestinos" --em uma alusão à ruptura do poder entre Gaza e a Cisjordânia.
Mubarak também afirmou que discutiu a necessidade de "conter as conseqüências humanitárias que sofrem os habitantes da faixa de Gaza".
Abdullah 2º, da Jordânia, ressaltou a necessidade de se evitar conflitos e "permanecer em busca da paz, na base do verdadeiro respeito".
Abbas, o último a ler sua declaração final, anunciou que trabalhará "com o governo de Ehud Olmert e a comunidade internacional para aliviar o sofrimento dos habitantes de Gaza". "Me dirijo a Israel para estabelecer um Estado palestino independente, com Jerusalém como capital, para pôr fim ao conflito árabe-israelense e estabelecer uma paz justa e permanente", concluiu.
Resposta do Hamas
O Hamas se pronunciou contra a cúpula. Em Gaza, neste domingo, o premiê palestino deposto, Ismail Haniyeh, do Hamas, afirmou que o encontro era uma "ilusão" e uma "miragem".
"Os americanos não vão nos dar nada. Israel não vai nos dar nada. Nossa terra, nossa nação não vai voltar a não ser por meio de nossa resistência", afirmou.
3.fev.2002/AP
Haniyeh lidera em Gaza o Hamas, isolado pelos líderes reunidos no Egito Sobre o anúncio de libertação de prisioneiros do Fatah por Israel, o Hamas afirmou que a decisão é "uma manobra política".
"[A libertação] atinge unicamente condenados com penas curtas de prisão. Nossas reivindicações e as das outras duas milícias que estão mantendo o soldado israelense Gilad Shalit cativo são claras: queremos a libertação de palestinos com longas penas, assim como mulheres e crianças", disse à agência o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
O braço armado do Hamas, as Brigadas de Ezzedin al Qassam, divulgou nesta segunda-feira em sua página da internet uma mensagem de áudio de Shalit, mantido refém há um ano. Shalit afirma no áudio que seu estado de saúde se deteriora e que precisa ser levado urgentemente para um hospital.
Israel, no entanto, se recusou a negociar com o Hamas pela libertação de Shalit.
O Fatah e o movimento islâmico rival Hamas --partidos políticos que possuem braço armado-- dividiam até meados de junho o poder em um governo de coalizão palestino, mas romperam o acordo em meio a uma onda de violência que deixou mais de cem mortos na faixa de Gaza. Enquanto o Hamas tomou, à força, o controle da faixa, Abbas destituiu o grupo do poder e criou um gabinete de emergência na Cisjordânia.
Os Estados Unidos e a União Européia também já deixaram claro seu apoio ao governo emergencial de Abbas.
Além de Olmert, compareceram hoje à cúpula no balneário egípcio de Sharm el Sheikh o presidente do Egito, Hosni Mubarak, o rei Abdullah 2º, da Jordânia, e o próprio Abbas. A reunião demonstrou a criação de uma frente árabe moderada que, ao lado de Israel, se opõe aos grupos considerados radicais no Oriente Médio.
Apesar do apoio geral a Abbas, os líderes não conseguiram apresentar um comunicado conjunto ao fim da cúpula. Cada líder deu uma declaração final, em separado.
Apesar das insistências árabes para alcançar compromissos tangíveis sobre os territórios e para a elaboração de uma agenda de negociações, a cúpula se limitou a declarações de boas intenções. Nenhum plano ou agenda executiva prática foram anunciados.
Legitimidade e paz
Na cúpula, Olmert lançou uma proposta para liberar 250 detidos do Fatah, desde que não tenham "sangue em suas mãos" e se comprometam a não cometer "atos terroristas".
Além disso, ele anunciou uma série de medidas econômicas para desbloquear os fundos retidos provenientes dos impostos palestinos recolhidos por Israel, que não deverão chegar até o Hamas.
O presidente do Egito disse que em suas negociações bilaterais concordou com os outros líderes em "apoiar a legitimidade de Mahmoud Abbas e a unidade dos territórios palestinos" --em uma alusão à ruptura do poder entre Gaza e a Cisjordânia.
Mubarak também afirmou que discutiu a necessidade de "conter as conseqüências humanitárias que sofrem os habitantes da faixa de Gaza".
Abdullah 2º, da Jordânia, ressaltou a necessidade de se evitar conflitos e "permanecer em busca da paz, na base do verdadeiro respeito".
Abbas, o último a ler sua declaração final, anunciou que trabalhará "com o governo de Ehud Olmert e a comunidade internacional para aliviar o sofrimento dos habitantes de Gaza". "Me dirijo a Israel para estabelecer um Estado palestino independente, com Jerusalém como capital, para pôr fim ao conflito árabe-israelense e estabelecer uma paz justa e permanente", concluiu.
Resposta do Hamas
O Hamas se pronunciou contra a cúpula. Em Gaza, neste domingo, o premiê palestino deposto, Ismail Haniyeh, do Hamas, afirmou que o encontro era uma "ilusão" e uma "miragem".
"Os americanos não vão nos dar nada. Israel não vai nos dar nada. Nossa terra, nossa nação não vai voltar a não ser por meio de nossa resistência", afirmou.
3.fev.2002/AP
Haniyeh lidera em Gaza o Hamas, isolado pelos líderes reunidos no Egito Sobre o anúncio de libertação de prisioneiros do Fatah por Israel, o Hamas afirmou que a decisão é "uma manobra política".
"[A libertação] atinge unicamente condenados com penas curtas de prisão. Nossas reivindicações e as das outras duas milícias que estão mantendo o soldado israelense Gilad Shalit cativo são claras: queremos a libertação de palestinos com longas penas, assim como mulheres e crianças", disse à agência o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
O braço armado do Hamas, as Brigadas de Ezzedin al Qassam, divulgou nesta segunda-feira em sua página da internet uma mensagem de áudio de Shalit, mantido refém há um ano. Shalit afirma no áudio que seu estado de saúde se deteriora e que precisa ser levado urgentemente para um hospital.
Israel, no entanto, se recusou a negociar com o Hamas pela libertação de Shalit.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/219832/visualizar/
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