Com perícia em mãos, Sibá quer votar amanhã relatório do caso Renan

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), manteve para as 13h30 de amanhã a votação do relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) sobre o caso Renan Calheiros (PMDB-AL). Cafeteira sugeriu o arquivamento da representação contra Renan por considerar que não há provas contra o presidente da Casa.

O petista informou que vai encaminhar hoje, em caráter sigiloso, os resultados da perícia realizada pela Polícia Federal nas notas fiscais apresentadas por Renan para comprovar ganhos obtidos com a venda de gado, aos demais integrantes do conselho. Ele recebeu hoje o resultado da perícia, iniciada no sábado.

Sibá avalia que dá tempo para os integrantes do conselho analisarem até amanhã o resultado da perícia feita pela PF.

Fontes da PF informaram que a perícia confirmou a veracidade das notas fiscais de venda de gado apresentadas por Renan ao conselho.

A perícia, entretanto, fez ressalvas em relação à comprovação das transações de venda de gado apontadas nas notas fiscais. De acordo com fontes da PF, não dá para comprovar a veracidade dessas negociações.

O resultado da perícia apontou ainda que as notas apresentadas por Renan saíram de três blocos diferentes.

Sibá disse que também vai repassar o resultado da perícia para o advogado de Renan, Eduardo Ferrão, e ao PSOL --que ingressou com representação contra o peemedebista no conselho por quebra de decoro parlamentar.

Relatoria

Sibá ainda não conseguiu encontrar um relator substituto para Cafeteira. Ele convidou vários senadores nesta terça-feira para ocupar o posto.

No entanto, nenhum dos convidados aceitou o convite. Os parlamentares resistem em assumir o cargo.

Renan é acusado de usar o lobista Cláudio Gontijo, da Mendes Júnior, para pagar pensão e aluguel para a jornalista Mônica Veloso --com quem tem uma filha.

Para comprovar que seus ganhos eram compatíveis com os pagamentos feitos para Mônica, Renan apresentou documentos que apontam para um ganho de R$ 1,9 milhão, nos últimos quatro anos, com a venda de gado.

Reportagem do "Jornal Nacional", da semana passada, lançou suspeita sobre esse ganho. A reportagem contestou autenticidade das notas fiscais de venda de gado apresentadas pela defesa de Renan.