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Economia
Sábado - 09 de Junho de 2007 às 05:31
Por: MARIANNA PERES

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Postos revendedores de combustíveis de Cuiabá resolveram reduzir os preços de bomba do álcool hidratado para R$ 1,08. Até a tarde de ontem, pelos menos quatro estabelecimentos haviam remarcado o litro do combustível. Comparando o valor atual à cotação do início do ano, o álcool na capital apresenta recuo de 47% nos últimos seis meses. A nova cifra é a menor já observada pelo mercado local nos últimos dois anos.

A pergunta que fica sem resposta é a seguinte: podem os preços de bomba chegar a R$ 1 ou ultrapassar esta barreira nas próximas semanas? Nenhum dos elos da cadeia do combustível se arrisca a fazer uma projeção de qual será a tendência local (baixista ou altista) para as próximas semanas.

Mercadologicamente, não há sustentação para a ‘queda brusca’ e por isso ninguém dá explicações para este valor e nem por quanto tempo deverá durar. O revendedor que não pôde seguir a tendência deste final de semana chegou a R$ 1,14 e R$ 1,18, no máximo, pelo litro do álcool.

A assessoria do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo) diz que não é possível afirmar para qual direção os preços deverão seguir nas próximas semanas, mas adverte que as reduções constantes sobre o preço ao álcool ocorrem em todo o país e que não é exclusividade da Capital ou do Estado.

Já o superintendente do Sindicato das Indústrias Sucroaalcooleiras do Estado (Sindálcool), Jorge dos Santos, aponta que a queda abrupta não tem respaldo no mercado e que o novo valor deve ser fruto de promoções organizadas por postos e seus distribuidores. “A média histórica do preço de bomba do álcool é custar o dobro da cotação na usina. Fechamos a semana passada com o litro - livre de tributação - a R$ 0,63. Na semana passada comercializávamos a R$ 0,70. Como se pode ver, a redução na usina foi de cerca de 9%”. Para Santos, cotações de bomba na casa de R$ 1,30 é o que deverá prevalecer e sem riscos aos revendedores.

Alguns distribuidores procurados pelo DIÁRIO, e que não quiseram se identificar, afirmam que os preços chegaram no “fundo do poço” e que valores próximos de R$ 1 são ofertados por livre iniciativa dos revendedores, sem que haja qualquer tipo de incentivo do distribuidor, ao contrário do que os funcionários dos postos visitados davam a entender ontem. “É pura guerra de preços causada pela concorrência”, disse um gerente distribuidor que teve o seu álcool reduzido ontem a R$ 1,08 num posto de Cuiabá. Ele completa: ”Esta guerra chegou ao limite, por isso acredito em reação (aumento) dos preços a partir da próxima semana”.

ATÉ QUANDO? - O gerente do posto Novo Brasil - um dos que reduziram o preço ontem - Marco Antônio, disse que em dois anos nunca havia contabilizado uma redução desta proporção no litro do álcool. Com relação à manutenção do R$ 1,08, ele diz que o estoque existente é suficiente para até o final da semana, mas não antecipa o que vai acontecer quando o produto estocado terminar.

A trajetória de preços deste final de semana seguiu de cerca de R$ 1,24 e R$ 1,37, para R$ 1,14 no feriado de Corpus Christi até chegar a R$ 1,08 no decorrer desta sexta-feira (ontem).

O Posto VIP, localizado na Avenida Miguel Sutil, remarcou o litro por volta das 13h30. “Temos 15 mil litros para revender a R$ 1,08. Não sei se ao renovar o estoque o meu distribuidor (AM2) manterá o preço que me foi oferecido ontem”, disse um funcionário. Ele não cita percentuais, mas disse que mesmo com este valor é “possível obter uma margem”.

Questionado sobre o valor pago ao distribuidor, o funcionário limitou-se a dizer que mesmo com vendas triplicadas em razão do novo valor de bomba para o litro, “o ganho não chega ao que poderia ser contabilizado com os preços em níveis normais, acima de R$ 1,37”.

A nova tabela do álcool pegou o consumidor de surpresa, revela o funcionário. Ele conta que muitos proprietários de carro a álcool ou flex fuel (bicombustível), achou o preço da manhã (R$ 1,14) barato e aproveitou para completar ou mesmo encher o tanque. “Teve uma cliente que reclamou. Ela completou pela manhã e quando passou por aqui depois do almoço viu o novo preço”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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