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Economia
Quarta - 06 de Junho de 2007 às 07:06

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Há pelo menos quatro meses do início do plantio da safra 2007/08, produtores de soja de Mato Grosso já negociaram 30,7% de sua produção, segundo a AgRural. No ano passado, percentual semelhante foi levantado apenas em outubro, quando 29% da safra 2006/07 havia sido negociada.

Os preços internacionais da commodity acima da média histórica (US$ 5,50 o bushel) justificam a antecedência, segundo Daniel Sebben, da AgRural. No entanto, de acordo com ele, como o câmbio não foi igualmente fixado, a perspectiva de o dólar continuar se desvalorizando e ficar abaixo de R$ 1,85 no segundo semestre, pode minar a rentabilidade esperada do produtor.

Normalmente, os primeiros contratos antecipados em Mato Grosso começam a ser fechados a partir de agosto. Mas, neste ano, iniciaram no mês de fevereiro, quando o bushel da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) chegou a US$ 7,83. "Entre fevereiro e junho de 2006, a cotação máxima ficou próxima de US$ 6", justifica Sebben.

Por enquanto, a região de Mato Grosso que negociou os preços mais altos foi o Sul, onde os valores da saca foram pré-fixados entre US$ 12,50 e US$ 13,50, segundo a AgRural. Em uma situação intermediária está a região do Parecis, no Oeste - US$ 11,80 e US$ 13 a saca - e por último o Norte - entre US$ 11 e US$ 12 a saca.

Sebben explica que muitos produtores também fixaram o preço dos insumos, absorvendo em torno de 10% do aumento destes produtos, estimado em 30% na comparação com a safra passada. "Este grupo é dos que ainda não acertam o preço da produção, somente dos insumos. Junto com o outro grupo, eles representam 50% da próxima safra mato-grossense, estimada, por enquanto, nos mesmos patamares da atual (área de 5,2 milhões de hectares e produção de 15,7 milhões de toneladas).

Mas, para o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Rui Prado, os valores negociados para o Norte não compensarão, por exemplo, se o dólar atingir R$ 1,80, até a entrega do produto, a partir de meados de janeiro de 2008. Com o contrato a US$ 12 por saca, a receita com um hectare será de US$ 600. "Com o dólar a R$ 1,95, a receita será de R$ 1,170 mil por hectare. Já na taxa de R$ 1,80, este valor cai para R$ 1,080 mil. Com o custo de produção em R$ 1,173 mil, já significa prejuízo", compara.





Fonte: Gazeta Mercantil

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