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Economia
Quarta - 06 de Junho de 2007 às 05:02
Por: MARCONDES MACIEL

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O desafio de acabar com as usinas térmicas movidas a óleo diesel deve ser superado pela Centrais Elétricas Mato-grossenses S.A. (Cemat) em janeiro de 2009. Para tanto, a concessionária projeta investimentos de R$ 203 milhões na construção de linhas de transmissão, subtransmissão e estações em diversas regiões do Estado. Até lá, 80% das usinas térmicas serão desativadas. Dos 25 municípios pertencentes atualmente aos sistemas isolados – abastecidos por energia térmica – 22 passarão ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Inicialmente, como foi anunciadio pela empresa em abril deste ano, as perspectivas eram de que o fim do isolamento elétrico fosse alcançado somente em 2012. Mas a interligação vem avançando e a previsão agora é de que o prazo caia para 2009, uma redução de três anos.

Entre os investimentos está a construção de uma Linha de Transmissão em 138 quilo volts (kV) na região do Araguaia, considerada a mais precária em relação ao suprimento de energia no Estado. A licença ambiental para a construção da obra já foi concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Segundo o vice-presidente de Operações da Cemat, Arlindo Antônio Napolitano, o linhão vai permitir a interligação de 15 municípios e a desativação de 15 usinas térmicas até junho de 2008.

Atualmente 25 municípios mato-grossenses estão isolados do SIN e dependem dos motores a diesel para geração elétrica. A previsão é de que até janeiro de 2009 apenas três localidades – Guariba, Paranorte e Rondolândia, na região norte do Estado - continuem dependentes do diesel. “Esses municípios, entretanto, não chegam a representar 1% do consumo dos municípios do SIN. Para se ter uma idéia, são apenas 1,4 mil consumidores e o consumo não chega a 1 megawatt (MW)”, explica Napolitano.

O maior desafio do governo estadual é substituir as usinas térmicas movidas a diesel e integrar os municípios carentes de energia ao Sistema Interligado Nacional. “Poderemos acoplar os municípios aos linhões ou mesmo construir Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no entorno das regiões para suprimento local”, disse ontem uma fonte da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Estado.

“A idéia é acabar com essas térmicas e assegurar energia confiável e de qualidade para toda a população do Estado”, frisa o vice-presidente de Operações da Cemat. Atualmente, este problema está sendo minimizado pelo programa “Luz no Campo”, que está atingindo regiões distantes e isoladas no Estado, resultado de uma parceria entre União, concessionárias e governos estaduais.

O Programa tem o objetivo de levar energia elétrica para mais de 10 milhões de pessoas do meio rural até 2008 e prevê investimentos de R$ 12,7 bilhões, sendo R$ 9,1 milhões orindos da União.

SISTEMA ISOLADO - Hoje 47 mil clientes da Cemat são atendidos pelo Sistema Isolado em Mato Grosso, representando 5% do universo de consumidores da Cemat no Estado.

No ano passado, os 25 municípios integrantes do Sistema Isolado consumiram 43,10 milhões de litros de diesel (cerca de R$ 86 milhões). Para este ano está previsto um consumo menor – 37 milhões de litros de diesel (totalizando R$ 74 milhões) – e, para janeiro de 2009, os gastos com as térmicas deverão cair para R$ 2 milhões ou 1 milhão de litros de óleo diesel.

De acordo com a Cemat, os municípios mais afetados pelo isolamento elétrico em Mato Grosso e que dependem quase exclusivamente das usinas térmicas são Vila Rica (4,37 MW), Querência do Norte (2,35 MW), Ribeirão Cascalheira (2,35 MW), Comodoro (2 MW), Confresa (1,95 MW) e Apiacás (1,33 MW).

“Mais do que acoplar todos os nossos municípios ao Sistema Interligado, queremos ofertar uma energia confiável e de boa qualidade à população que hoje ainda depende dos motores a diesel”, frisou Napolitano.





Fonte: Diário de Cuiabá

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