FCO é único fundo que no ano passado não obteve prejuízo

O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), foi o único que não deu prejuízo no ano passado. O Fundo do Norte (FNO) teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão e o do Nordeste (FNE), de R$ 4 bilhões. O vice-presidente de agronegócio e governo do Banco do Brasil, Derci Alcântara, foi quem apresentou os números ao rebater críticas de políticos e empresários em relação ao FCO, na abertura da 43ª reunião do Conselho Deliberativo do FCO (Condel), ontem, na Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), em Cuiabá. Os prejuízos a que se refere Alcântara foram gerados em 2005, em função da inadimplência dos produtores rurais. Ele disse ainda que o Banco do Brasil, operador do FCO, contribuiu com R$ 450 milhões de lucro, em 2006, para o fundo. Alcântara fez as comparações para argumentar que os fundos precisam de projetos que dêem retorno e desenvolvimento para as regiões.

Mas ao mesmo tempo que não teve prejuízo, o FCO deixou de aplicar R$ 1,060 bilhão em financiamentos no ano passado. Esse foi um dos pontos mais atacados na abertura da reunião do Condel. Os representantes de todos os Estados foram unânimes em pedir alteração do limite de financiamentos e a descentralização dos recursos, que hoje têm como operador exclusivo o BB. Só de Mato Grosso foram devolvidos R$ 190 milhões em 2006. Nesse caso, Alcântara ressaltou que até 2004 não sobraram recursos no FCO. Especificamente sobre 2005 e 2006, o vice-presidente culpa a crise econômica sofrida pela região que tem sua base no agronegócio. Conforme ele, os projetos e a demanda de recursos diminuíram "fortemente", por isso a sobra.

As justificativas, porém, não foram suficientes para amenizar a reclamações dos representantes dos Estados em relação à burocracia e morosidade na avaliação de projetos que buscam financiamento do FCO. Somente em uma das reivindicações o BB se antecipou, anunciando medidas de descentralização dos recursos do fundo para outras instituições financeiras.