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Internacional
Quarta - 30 de Maio de 2007 às 23:16

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WELLINGTON, Nova Zelândia - Uma neozelandesa que precisava de uma bomba de oxigênio para respirar morreu depois que a companhia energética local cortou a luz de sua casa porque ela devia NZ$ 168,40, quantia equivalente a pouco mais de R$ 235, informou sua família nesta quarta-feira, 30.

Notificada, a polícia local abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte de Folole Muliaga, de 44 anos. Ela morreu na terça, em Auckland, menos de duas horas depois de a companhia estatal Mercury Energy ter cortado a energia em sua residência.

James Moulder, gerente geral da companhia energética, disse que a empresa está "arrasada" com a morte de Muliaga e também está investigando o assunto para saber o que aconteceu.

Professora e mãe de quatro filhos, Muliaga estava sem trabalhar desde fevereiro, quando ficou doente. Desde então, ninguém na família pagou as contas de luz, disse Brenden Sheehan, um integrante da família que forneceu uma cópia da conta a pagar.

Em 23 de maio, seis dias antes de um funcionário da companhia energética aparecer na casa para desconectar a casa da rede de distribuição de energia, o valor devido era de NZ$ 168,40.

Sheehan disse que Muliaga e um de seus filhos conversaram com o funcionário e explicaram que ela dependia da máquina para poder respirar e continuar viva. O funcionário foi convidado a entrar na casa e ver a bomba de oxigênio para inteirar-se da situação, prosseguiu ele.

"Então a energia foi cortada", relatou.

Quase imediatamente, Muliaga começou a ter dificuldade para respirar, ficou tonta e desmaiou", disse Sheehan. Os paramédicos não conseguiram fazê-la recobrar os sentidos e ela foi declarada morta menos de duas horas depois do corte de energia.

Bruce Bird, um inspetor da polícia local, disse que uma investigação foi iniciada.

Falha nossa?

Moulder disse que a companhia energética religou a luz na casa da família depois de tomar conhecimento da morte de Muliaga.

Ele manifestou "profundo pesar" e assegurou que a empresa está checando relatos segundo os quais a companhia foi avisada da necessidade de eletricidade para a bomba de oxigênio.

"Nós simplesmente não sabíamos que a falta de energia elétrica na propriedade colocaria em risco a vida de uma consumidora vulnerável", disse Moulder.

Ainda segundo ele, "mais de um" aviso de desconexão foram enviados à residência num período de seis a sete semanas.

Bill Hodge, um professor de direito da Universidade de Auckland, disse que existe a possibilidade de se apresentar acusações de homicídio, mas tudo dependerá das informações que foram repassadas à Mercury Energy e da forma como essas informações teriam sido repassadas.





Fonte: Agência Estado e Associated Press

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