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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Terça - 29 de Maio de 2007 às 17:33

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Os bancários do Banco do Brasil têm motivos de sobra para promover protestos em todo o país. Num pacote denominado de “REESTRUTURAÇÃO”, a única certeza que a categoria tem até agora, é que ele veio para ‘desestabilizar’.

Desestabilizar o emprego, as condições de trabalho, o relacionamento entre os trabalhadores, o futuro de muitos funcionários que já dedicaram anos de suas vidas à empresa e desestabilizar também, o atendimento prestado aos clientes e usuários do BB.

A idéia de decidir de forma unilateral, o conjunto de ações que engloba o enxugamento de pessoal, terceirização e perda de comissões em pontos de atendimento (que no ponto de vista do banco são menos rentáveis), faz com que o Banco do Brasil deixe de considerar a favorável conjuntura econômica e os bons indicadores da empresa. Esta constatação não é apenas do Sindicato dos Bancários no Estado de Mato Grosso (SEEB/MT). Ela faz parte de um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, o Dieese.

O estudo mostra que as receitas do banco do Brasil têm crescido em patamares superiores às suas despesas, fator que confirma uma contínua melhora nos índices de eficiência operacional da empresa. “A mudança no patamar da taxa de juros, implementada pela política monetária do Banco Central, vem se dando de forma gradativa, sem sobressaltos, permitindo que os agentes econômicos realizem os ajustes sem a necessidade de medidas de choque”, diz o estudo do Dieese.

“Por isso a necessidade da direção do banco rever esse pacote de ações. Está cada vez mais clara a motivação mercadológica do banco, o que descaracteriza totalmente o papel de banco público que o BB deve possuir”, afirma o presidente do SEEB/MT, Arilson da Silva.

Nos últimos anos, o Banco do Brasil tem obtido lucros sobre lucros. Em 2006, o lucro anual do banco foi de R$ 6,044 bilhões, valor este, 45,5% superior ao obtido em 2005.

“Esse pacote segue na contramão da evolução social do país. Ao deixar de criar postos de trabalho formais, por meio do incentivo à terceirização”, diz.

Por essa razão, nesta quarta-feira, dia 30 de maio, os bancários irão promover uma série de atividades na Agência Centro do Banco do Brasil (Av. Getúlio Várgas c/ Barão de Melgaço), a fim de esclarecer para a sociedade, os prejuízos que esse pacote poderá provocar. A manifestação irá começar as 10:30h em frente a agência, em Cuiabá.

Indignação: Bancários da Agência Coxipó fazem parte dos mais prejudicados com o ‘pacotão de maldades’ do BB em MT

No dia 19 de maio, os dirigentes do SEEB/MT se reuniram com os funcionários da Agência Coxipó, em Cuiabá, a fim de ouvir os bancários e também levar informações sobre a situação de grande número de trabalhadores do banco em todo o país. “Neste momento, precisamos nos manter ligados de forma umbilical, aos bancários do Banco do Brasil. A situação é grave e requer esforços, se quisermos reverter esse quadro de ações”, explica o secretário geral do Sindicato, Luiz Edwiges.

Assim como em outras cidades do país, os funcionários do BB em Mato Grosso estão indignados com as medidas que o banco insiste em manter. “Vamos nos mobilizar e também lutar para que o Banco do Brasil não perca a sua função social. O que está acontecendo é um prejuízo não apenas para os trabalhadores da instituição, mas sim, para todo o país”, explica.

Neste mesmo dia, a abertura da Agência Coxipó, foi retardada em 1h. Bancários decidem em assembléias, os rumos das mobilizações em Mato Grosso

Até agora já foram realizadas duas assembléias entre os bancários do BB e o SEEB/MT. Nas duas ocasiões, além de relatarem a realidade pessoal e coletiva dos trabalhadores, os funcionários do banco também discutiram com o Sindicato, a forma como poderão evitar que a direção do banco leve à frente esse conjunto de ações danosas ao futuro dos empregados da instituição.

“Teremos um longo caminho pela frente, mas temos que manter a racionalidade e a mobilização da categoria”, disse o secretário de Assuntos Jurídicos do SEEB/MT, Eduardo Alencar. De acordo com ele, é preciso ter em mente que para que sejam alcançados resultados positivos, os bancários do BB precisam estar juntos, unidos por uma causa própria e única, o emprego de qualidade com direitos assegurados.

Encontro Nacional:

Bancários aprovam calendário de mobilização

De Mato Grosso, seis bancários participaram do Encontro Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, que aconteceu no sábado, dia 26, em Brasília.

No encontro que reuniu mais de 200 trabalhadores do banco de todo o país, foi aprovado um calendário nacional de mobilizações contra o plano de reestruturação do BB. Com isso, a categoria pretende barrar uma série de demissões, além do fechamento de unidades e o aumento da terceirização. Também ficou decidido que os bancários vão denunciar ao Instituto Ethos de Empresas, a falta de responsabilidade social da direção do BB e ainda farão uma cartilha sobre as conquistas históricas do funcionalismo a ser distribuída aos novos.

Em todo o país, os bancários do Banco do Brasil estão desde o anúncio do pacote, realizando mobilizações entre os funcionários e a sociedade. “Temos muito que fazer, em especial, acentuar os esclarecimentos junto à sociedade, que precisa saber e cobrar do Banco do Brasil, sua responsabilidade social”, argumentou Arilson da Silva. O presidente do Sindicato reforça a necessidade de todos os bancários estarem presentes nessas mobilizações em defesa do emprego e dos direitos, até porque, se atualmente para alguns o momento é bom, amanhã, a situação pode ser a mesma, pela qual vem passando outros bancários da mesma instituição.

Os bancários aprovaram:

* A proposta de reivindicar anistia dos dias parados aos funcionários que protestaram contra o plano de reestruturação;

* Moção em apoio aos colegas das Gerel (Gerência Regional de Logística) que serão extintas;

* Campanha de mídia massiva denunciando a direção do banco; resgate das reivindicações de 2004 sobre PCS;

* Iintensificar abaixo-assinado pela isonomia de direitos entre os servidores dos bancos federais e realizar encontro sobre o assunto com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e dos deputados Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Daniel Almeida (PCdoB-BA), autores do projeto de lei 6259/05, que estende aos novos funcionários dos bancos públicos federais os mesmos direitos dos empregados antigos.




Fonte: Assessoria

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