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Economia
Sexta - 25 de Maio de 2007 às 16:59
Por: Danielle Gorgônio

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O Dia da Indústria (25 de maio) é comemorado com resultado positivo por especialistas. Dados econômicos divulgados pela Federação de Indústria no Estado de Mato Grosso (Fiemt) mostram que o estado não é mais considerado apenas agropecuário. Já pode ser considerado um Estado agroindustrial, gerando empregos, desenvolvimento, e atração de investimento.

O Brasil teve, em seu panorama econômico, de 2000 a 2006 a taxa média de 2,89% de crescimento (inferior á média mundial que é 5,10% anunciada pelo FMI) e menos da metade da média esperada para os outros mercados emergentes, que é de cerca de 7%. Mas no cenário mato-grossense o panorama da indústria é totalmente diferente. De 2001 a 2006 o PIB saltou de R$ 14,4 bilhões para R$31,6 bilhões, representando uma taxa real média de 7,07% de crescimento anual.

O início da década de 90 marca o processo de industrialização em Mato Grosso. Na última década o estado atraiu para a região diversas empresas de grande porte, que aceleraram esse processo. Hoje o estado ainda sofre limitações, mas já há uma busca por diversificação.

Segundo o presidente da Fiemt, Mauro Mendes, a indústria sentiu a crise do agronegócio (base da economia de Mato Grosso), que o estado viveu em 2005 e 2006, mas soube buscar alternativas e retomar o crescimento, adquirindo tecnologia, aumentando produtividade, tornando as empresas eficientes e competitivas.

Indicadores do primeiro quadrimestre

No primeiro quadrimestre de 2007 a arrecadação de Impostos Federais aumentou 8,20% no Estado. A arrecadação de ICMS subiu 8,35%, já o ICMS Industrial subiu 8,91%. Em relação ao consumo de energia elétrica, Mato Grosso registrou aumento de 16,09% comparado ao mesmo período de 2006.

A geração de empregos na indústria teve aumento de 55,11%, 3,39% a mais que a média geral de crescimento do estado. Só no primeiro quadrimestre de 2007 foram 9.919 empregos na indústria no estado, contra 6.395 no mesmo período de 2006. Esse número reflete um crescimento muito forte na geração de empregos formais com 124 mil postos de trabalho entre 1999 e 2006 seguido do comércio com 107 mil empregos, a indústria com 92.321 trabalhadores com carteira assinada (crescimento de 49%) e 61 mil empregos conferidos ao setor agropecuário.

Balança Comercial atual

Na balança comercial de Mato Grosso, as importações disparam com o efeito cambial: as exportações subiram 2,1%, já as importações subiram 130,7%. O presidente da Fiemt explica que essa disparidade ocorre pela queda do dólar. Segundo o presidente, essa queda é a princípio desfavorável às exportações, pois há uma diminuição da competitividade. Mendes afirma que 25% das indústrias brasileiras já sofrem concorrência de países como a China, por exemplo. Por outro lado, pode ser favorável para a compra de maquinários e tecnologia da produção, buscando assim agregar valores ao produto, tornando-o mais competitivo.

Setores

Dos 22 setores industriais associados à Fiemt, 17 estão em pleno aumento de atividades gerando mais arrecadação de impostos, mais empregos e consumo de energia. "Estes 17 setores representam em torno de 80% das empresas industriais que estão num processo positivo de retomada de crescimento. A outra parte vive uma instabilidade que é variável". Dentre os setores que estão em destaque no estado são: o setor de carnes, com frigoríficos e o setor sulcroalcooleiro.

O setor de construção civil que estava em baixa já começa a apresentar indicadores de aumento. O maior entrave do setor é a falta de mão-de-obra. O setor madeireiro também passou por uma crise em 2006, volta aos poucos a se restabelecer em 2007. E o setor de beneficiamento do arroz ainda passa por um período negativo por questões econômicas

Programas de incentivo

Atualmente a carga tributária do estado é de 17%, que segundo Mauro Mendes está equiparada aos demais estados e sua mudança não depende do estado, é uma questão nacional. Para buscar investimento e atrair empresas e diversificação, o governo usa programas de incentivos fiscais estaduais, como o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), que foi criado em 2003 e atrai investimentos, por meio da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Hoje são 112 empresas inscritas (grande, médio e pequeno porte) no programa.

Há também programas do governo federal, como Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) que oferece redução de até 75% sobre lucro de exploração, Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e BNDES nos financiamentos. “Com a instalação de empresas, há geração de empregos, que gera pólos de crescimento nas cidades, como é o caso de Lucas do Rio Verde, que com a entrada de uma indústria vai gerar 7.000 empregos diretos”, ressalta o presidente da FIEMT.

Logística e mão-de-obra

Segundo o presidente da Fiemt, o bom desempenho do setor industrial se deve aos novos investimentos industriais, e às empresas já situadas no estado. Mas ainda há alguns entraves e desafios que devem ser superados, como a questão logística. Mato Grosso precisa de uma melhor infra-estrutura que possibilite facilidade no escoamento dos seus produtos, etapa essa que deve ser vencida em médio prazo.

A oferta de emprego tem sido maior que a demanda, por isso a necessidade de qualificação de mão-de-obra e dos empresários, que deve ocorrer á curto prazo com a entrada do programa “Indústria em Ação”, que tem como foco o setor empresarial e a Escola Senai de Produção, no distrito Industrial, que será voltada para o treinamento e formação de pessoas preparadas para o trabalho operacional.





Fonte: Assessoria/Sicme-MT

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