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Economia
Quinta - 17 de Maio de 2007 às 04:02
Por: MARCONDES MACIEL

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A desvalorização do dólar frente ao real acumula queda de 36,42% desde o segundo semestre de 2004 até agora. Somente neste ano, as perdas cambiais somam 9%. Apesar dos números, este recuo não tem sido observado nos preços finais das mercadorias importadas comercializadas em Cuiabá. Ontem, a moeda norte-americana registrou nova queda e foi negociada a R$ 1,954, recuo de 1,46% em um dia. Na terça-feira, a moeda estreou novo patamar abaixo dos dois reais (R$ 1,982), atingindo a menor cotação dos últimos seis anos.

Apesar da queda acentuada do dólar, o comércio não tem constatado diferenças nos preços adotados pelos fornecedores e com isso, nenhuma diferença tem sido repassada aos consumidores. Nos supermercados, por exemplo, a venda de produtos importados, como bebidas finas (uísque, vinhos, cervejas e vodkas) se mantêm dentro de um quadro que o segmento chama de ‘estabilidade’.

“A queda é insignificante para o comércio. As diferenças são de centavos em um período de meses. Isso acaba não refletindo nos preços que pagamos aos fornecedores e, na ponta, também não há alteração”, diz o presidente da Associação dos Supermercadistas do Estado (Asmat) e um dos diretores da Rede Modelo, Altair Magalhães.

Segundo ele, os importados ainda representam muito pouco no universo das vendas dos supermercados, em torno de 1,5%. “A queda do dólar, na realidade, é mais psicológica. Não tem refletido nos preços”.

Magalhães diz que uma queda significativa do dólar pode refletir “a longo prazo”, em um período de 60 a 90 dias. “Como a queda é de apenas 1% ou um pouco mais, isso não tem nenhuma relevância, mesmo porque no momento da compra o câmbio pode estar em outro patamar”. Ele não acredita que os supermercados irão aumentar suas compras por conta da variação cambial.

Para Sérgio Araújo, do Departamento de Compras do Big Lar, as pequenas flutuações da moeda não surtiram efeito nos preços e no volume de venda dos importados.

A rede de supermercados Comper também não constata mudanças significativas nos preços dos importados, nos últimos meses.

CAMELÔS – No Shopping Popular dos Camelôs as vendas melhoraram, mas os preços não sofreram queda. “Nem toda queda do dólar quer dizer queda nos preços das mercadorias”, diz o presidente da Associação dos Camelôs, Misael Galvão.

A vantagem da queda do dólar, segundo ele, é que os preços para os vendedores do shopping e para os “sacoleiros” estão “congelados” há meses. “A população tem a oportunidade de comprar as mercadorias pelos mesmos preços. Isso tem motivado os consumidores e gerado um aumento nas vendas”, conta Galvão.

PACOTES – A venda de pacotes turísticos para o exterior deve sofrer um incremento nos próximos dias por conta da queda do dólar, informa o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) de Mato Grosso, Vicente Campos. A queda nos preços, entretanto, deverá surtir efeito no “médio e longo prazos”. Na avaliação de Campos, a queda do dólar para o turismo receptivo “é péssima, pois deixa o país mais caro diante dos concorrentes”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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