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Politica Brasil
Sexta - 27 de Abril de 2007 às 07:12

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O MPE (Ministério Público Estadual) deve ouvir nesta sexta-feira o prefeito de Vila Rica, Francisco Teodoro de Faria, do DEM, investigado por ter supostamente pago dinheiro pela aprovação de suas contas a duas auditoras do TCE (Tribunal de Contas Estadual).

O secretário de Administração do município, Benemérito Pereira de Araújo, o Bené, também será ouvido. O prefeito gravou uma conversa que teve com as auditoras. Pelo diálogo, ficou acertado o pagamento de R$ 30 mil em parcelas pelo parecer favorável a Francisco Faria. Ele nega, diz que não pagou nada as servidoras e que captou o diálogo, sem autorização judicial, para “se proteger de eventual extorsão”.

Existem três investigações acerca dessas gravações: uma CPI criada pela Câmara dos Vereadores de Vila Rica, que pede a cassação do prefeito, uma ação cível no Ministério Público da cidade, por improbidade administrativa e uma ação criminal, aberta no início desta semana pela Procuradoria Geral de Justiça. Fora a CPI, as duas ações seguem regime sigiloso.

O prefeito disse ter gravado o diálogo entre os meses de março ou abril do ano passado, em seu gabinete. As auditoras fiscais Maria Mirene Sales e Catarina da Costa e Silva de Jesus, segundo informação de Faria, já estariam planejando extorqui-lo.

A idéia da gravação teria sido de um assessor jurídico do prefeito, que hoje presta serviço à Câmara Municipal. “Não sou louco de gravar uma coisa para depois ser usada contra mim. O que houve foi uma traição”.

Só duas pessoas tinham o CD com o diálogo, segundo o prefeito: ele e o assessor jurídico. O material teria sido entregue por um anônimo ao presidente da Câmara, Gilmar Alves da Silva, do PP, autor da ação proposta contra o prefeito.

As duas auditoras ainda não se manifestaram. Estariam viajando. O Tribunal de Contas abriu uma sindicância para apurar o caso.

Em Vila Rica, cidade distante 1,3 mil quilômetros de Cuiabá, o caso é conduzido pelo promotor Pedro da Silva Figueiredo Júnior. Em conversa por telefone, ele pouco comentou sobre o caso. Disse que vai cuidar da investigação em sigilo e que no final poderia falar da questão.

O promotor Miguel Slhasserenko vai cuidar da ação criminal, em Cuiabá. Ele também não comenta o caso, por ter sido decretado sigilo no trabalho.

Adiantou, no entanto, que se for comprovado que as vozes que aparecem no CD são mesmo das auditoras, elas podem ser punidas mesmo se o prefeito não tenha desembolsado nada.

Parte do diálogo gravado diz que o prefeito pagou R$ 42 mil para construir um banheiro de escola. As auditoras o questionam sobre o valor, mas Faria diz que o valor é esse mesmo e que seguiu as regras da Sinfra (Secretaria de Infra-Estrutura). As contas do município de Vila Rica foram aprovadas com ressalvas no ano passado. O termo ressalva, no entanto, não é considerado grave.

Ainda na gravação, as auditoras cobram R$ 40 mil para aprovar as contas do município. O prefeito Francisco Faria diz que é caro, mas as auditoras insistem no propósito. Elas dizem que se Faria não aceitasse a proposta poderia pagar preço mais alto caso fosse negociar no gabinete do conselheiro Julio Campos, onde as auditoras trabalham.

O promotor Miguel Slhassarenko disse que recair suspeitas sobre o conselheiro vai encaminhar o caso para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Maria Mirene e Catarina são concursadas e a média salarial delas é de R$ 7 mil. Trabalham há quase 20 anos no TCE.

Na gravação de pouco mais de uma hora, o prefeito diz que transportou as auditoras de avião e que pagou hotel a elas. Auditores fiscais da corte recebem verba indenizatória quando viajam.





Fonte: Midia News

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