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Economia
Quarta - 25 de Abril de 2007 às 08:52

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As conclusões dos veterinários europeus sobre as condições fitossanitárias da carne brasileira apontam que a criação do gado e a produção de carne no País continuam fora dos padrões europeus e podem sofrer embargos apesar das visitas dos inspetores de Bruxelas ao País nos últimos meses.

A avaliação foi apresentada com exclusividade aos deputados do Parlamento Europeu, que agora pedem que um embargo seja imposto sobre os brasileiros. Os representantes pressionarão a Comissão Européia para tomar medidas contra o País nas próximas semanas. Bruxelas realizou uma série de inspeções no Brasil desde março e deixou claro que essa seria a última oportunidade que o País teria para evitar prejuízos.

O Brasil é o maior exportador de carne para a Europa, com 270 mil toneladas vendidas por ano. Mas em uma reunião com o comitê agrícola do Parlamento Europeu, os veterinários de Bruxelas alertaram para dois problemas principais na importação. Um deles é o registro nas orelhas dos animais, que só é feito entre 30 e 90 dias antes de o gado ser abatido. Isso significa, para os veterinários, que não há como ter um rastreamento prévio do animal e, portanto, pouco controle de sua origem. Outro problema é o uso de remédios que não são aprovados na Europa.

"A carne brasileira esta abaixo dos padrões de qualidade da carne européia", afirmou Jonathan Evans, deputado do País de Gales no Parlamento Europeu e que lembra que as queixas estão sendo feitas desde 2003. "Se vamos impor uma forte regulação sobre os nossos produtores, queremos que seja válida aos do Brasil também no que se refere à qualidade", afirmou. Apesar das inúmeras visitas de veterinários ao País e das ameaças feitas pela Comissão ao Brasil, as autoridades de Bruxelas admitem que a situação ainda não é ideal e que o governo não tomou medidas suficientes para que a importação possa ocorrer em barreiras.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira, não acredita em um novo embargo contra a carne brasileira. Contudo, alerta que o país não pode se acomodar por estar consolidado hoje como o maior exportador do produto no mundo. Ele diz que se as exigências dos compradores forem plausíveis e não aumentarem o custo de produção, o Brasil, como vendedor, tem que se adaptar. Mesmo assim, lembra que os animais brasileiros estão dentro dos padrões internacionais de qualidade e em Mato Grosso, por exemplo, há 11 anos não existe foco de febre aftosa.





Fonte: Agência Estado

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