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Politica Brasil
Quarta - 25 de Abril de 2007 às 07:02
Por: Catarine Piccioni

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O nome do senador Jaime Campos (DEM) é citado em mais um diálogo telefônico que reforça a acusação de tráfico de influência supostamente praticado pelo parlamentar, junto ao Superior Tribunal de Justiça, para restabelecer a ex-tabeliã Helena Jacarandá à frente do Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Barra do Garças (a 516 quilômetros de Cuiabá), conforme os grampos da Operação Lacraia, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira.

A ex-funcionária do cartório, Maria de Lourdes Guimarães, e Divino Marra da Silva, também ligado à falsificação de documentos públicos, comentam sobre a possibilidade de Helena voltar ao comando do cartório. “(...) Sabe quem ajudou ela? O Jaime Campos”, assegurou Lourdes a Divino, que emendou: “foi, né”. Na seqüência, Lourdes disse “ahan!” e Divino comentou que Jaime Campos é um “cara forte e que tem prestígio”. A mulher finalizou concordando com Divino: “É. Ele é senador, né?”.

Helena Jacarandá, Divino Marra e Lourdes Guimarães estão presos desde sexta. Uma filha de Helena, chamada Christine Jacarandá, é assessora de gabinete do parlamentar mato-grossense. O Olhar Direto divulgou ontem um diálogo travado entre ambas a partir de um telefonema feito do próprio gabinete do senador. Antes de Christine relatar que Campos havia comentado sobre a arrecadação do cartório, a mãe comentou ainda que não recebera uma ordem (para retomar o cartório). “Mas diz que é porque o presidente só despacha segunda, só três dias na semana. Parece que é segunda, não sei se é quarta e sexta”, disse Helena. No contexto, o despacho seria do presidente de uma turma do STJ.

O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, encaminharia nesta terça-feira os autos da investigação (cópia de transcrições e respectivos áudios) ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque Campos tem foro privilegiado. O Supremo decidirá se Campos será ou não investigado. O primeiro diálogo em que apareceu o nome de Jaime Campos ocorreu entre Lucélia Barros Lopes Parreira (corretora de imóveis) e Maria de Lourdes.

Um assessor atendeu hoje a ligação da reportagem para o telefone do senador, que estaria no plenário. Ele rechaçou novamente qualquer suspeita, sustentando que o democrata não conhece Divino Marra da Silva e Lourdes Guimarães. “São pessoas usando indevidamente o nome do senador”. “O caso da Helena Jacarandá tramita desde 2001 no STJ. Então, essas suspeitas podem comprometer os ministros do STJ”, sugeriu o assessor.

Os trinta e dois presos na operação foram indiciados por ao menos três crimes -- formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro, falsificação de documentos públicos, estelionato e lavagem de dinheiro, segundo informou a assessoria da Polícia Federal.

Segundo a PF, o grupo falsificava e forjava registros e títulos de propriedades rurais, que posteriormente eram usados na obtenção de empréstimos e financiamentos bancários. A investigação começou há nove meses com a denúncia do suposto esquema de fraude no cartório de Barra do Garças, além dos cartórios de Água Boa e Baliza (GO).





Fonte: Olhar Direto

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