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Economia
Quarta - 18 de Abril de 2007 às 23:40

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Quando assumir a presidência-executiva da Embraer na próxima semana, Frederico Fleury Curado terá como principal objetivo entregar aviões. Parece simples, tratando-se de uma fabricante de jatos, mas o crescimento das entregas esperado para os próximos anos impõe desafios à área industrial da companhia.

"Nós temos que entregar aquilo que já temos vendido. O volume de vendas gera aumento da atividade industrial", disse Curado a jornalistas nesta quarta-feira, durante almoço de encerramento da gestão de Maurício Botelho, presidente da Embraer desde a privatização da empresa, em 1994.

A Embraer terminou o primeiro trimestre com carteira de pedidos de US$ 15 bilhões, cifra recorde na história da fabricante. Isso representa receita equivalente a entre três e quatro anos, segundo Curado.

"Temos um grande desafio industrial pela frente", insistia o executivo, quando perguntado sobre sua missão.

Apenas este ano, a Embraer - que tinha em março 21 mil empregados, a maior parte no Brasil - está contratando cerca de 4 mil pessoas.

A empresa espera entregar entre 165 e 170 aviões em 2007, ante 130 unidades no ano passado, voltando ao nível registrado antes dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Para 2008, a expectativa é entregar até 205 aeronaves comerciais, militares e executivas - incluindo os primeiros 15 a 20 aviões de pequeno porte Phenom 100, ainda em desenvolvimento.

A Embraer não divulgou suas metas globais para 2009 e 2010, mas o vice-presidente de aviação executiva, Luís Carlos Affonso, antecipou expectativa de que sejam entregues de 240 a 300 aviões apenas dos modelos Phenom 100 e Phenom 300 nesses dois anos.

Tráfego em alta

"Há muita movimentação (nas companhias aéreas), tanto no mercado de aviação comercial como executiva, porque a economia mundial está crescendo", disse Curado, formado em engenharia mecânica-aeronáutica pelo ITA e funcionário de carreira da Embraer.

Na visão do executivo, os Estados Unidos e a Europa ajustaram sua capacidade de assentos nos últimos anos e a ocupação das aeronaves - "load factor" - está em cerca de 80% no caso do mercado norte-americano.

"Isso significa o seguinte: precisam aumentar a frota para não perder tráfego", observou, acrescentando que a Embraer poderia ser beneficiada com o movimento.

Sobre o Brasil, Curado disse que há espaço para operação de 50 a 70 aviões na faixa dos 100 lugares, como o Embraer 190. Mas recusou-se a falar de negociações em curso. A BRA confirmou recentemente que estava avaliando a compra de aeronaves da fabricante brasileira.

"Teríamos espaço para atender pedidos de empresas (brasileiras ou estrangeiras) em 2009", disse ele. A produção de aviões comerciais da Embraer está preenchida até o próximo ano.

Sobre desenvolvimento de novos produtos, Curado comentou que a área de "engenharia hoje está lotada" com os três modelos sendo desenvolvidos para aviação executiva, os dois Phenom e o Lineage 1000.

Ainda conforme o executivo, atualmente vice-presidente de aviação comercial, até 2010 a Embraer não terá necessidade de nova fábrica, apenas investimentos em maquinário e pessoal para ampliar a produção.

A companhia chegará ao final da década com capacidade anual de produzir cerca de 170 jatos regionais de 70 a 118 lugares, de 25 a 30 aviões executivos Legacy e 240 unidades das aeronaves Phenom 100 e 300, disse Curado.

Além disso, a joint-venture na China para montagem do ERJ-145, de 50 assentos, é capaz de produzir 24 aviões anualmente.





Fonte: Reuters

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