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Politica Brasil
Quarta - 18 de Abril de 2007 às 08:46
Por: Onofre Ribeiro

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Os governos reeleitos, ainda que a experiência seja muito curta, acabam na mesma rotina: ficam mornos e tendem a deixar as coisas rolarem por si só. O primeiro governo Dante de Oliveira foi brilhante na capacidade de quebrar a sua própria ideologia da esquerda, tradicionalmente estatizante, e reformou o Estado mato-grossense, velho, caro e ineficiente. O segundo governo, deixou um vazio nas expectativas dos seus eleitores. Lamentavelmente, terminou melancólico, com os resultados conhecidos.

Em 2003 o governador Blairo Maggi iniciou a sua primeira gestão a todo vapor. Definiu a austeridade, a eficiência e a infraestrutura. De início, a sociedade não gostou, mas preferiu acreditar na esperança do novo modelo que Maggi pregava e representava. Deu certo. Reelegeu-se e deixou para trás o velho modelo da política mato-grossense.

Mas, reeleito, encampa a velha tese de deixar o governo parecer cansado. Sua segunda gestão está sem foco, ficou muito política. E o que parece pior, na visão dos mato-grossenses, é o fato dele estar entregando gradualmente, sem aparente necessidade, o governo aos partidos políticos que o apoiaram.

São partidos fracos, sem consistência numérica e nem ideológica. São todos partidos de velhos e de novos coronéis, preocupadíssimos com os seus feudos de poder e pouco preocupados com a sociedade e com o Estado. Na realidade, o governador Blairo Maggi está perdendo a imagem do novo na política que representou, quando repete estilos passados. Nessa onda, a velha guarda da política, eficiente e rápida em projetos de poder, está reconquistando os espaços perdidos entre 2003 e 2006. O fato é que as próximas eleições municipais no ano que vem, e as estaduais em 2010, muito provavelmente se darão sob a gestão das velhas forças.

Se no campo político há uma contra-revolução em andamento, no campo institucional, os poderes estão insatisfeitos e enviando seguidos sinais de fumaça, querendo participação e mais acesso. Com o poder Legislativo, como a linguagem é política, negocia-se melhor. Mas com os tribunais de Contas e de Justiça e com o Ministério Público, que têm o queixo duro, negociar é sempre sinal de crise.

Por outro lado, alguns setores do governo estão ganhando ou perdendo força e interferindo no conjunto. A Secretaria de Administração, por exemplo, está se tornando um grande complicador por excesso de poder e de interferência, e a de Justiça e de Segurança uma bomba altamente explosiva. Está faltando comunicação dentro do governo. As polícias estão amotinadas silenciosamente. Dizem uma coisa e fazem outra, diante do perigoso silêncio dos seus dirigentes.

Por fim, o governador deixou a equipe envelhecer e agora está correndo riscos graves, quando nomeia personalidades que depois não poderá demitir. Exemplo: se nomear o vice-governador Silval Barbosa, para uma secretaria, estará nomeando o PMDB inteiro, pelo comando do deputado Carlos Bezerra que negocia sempre no atacado e verticaliza todos os cargos das áreas onde assenta poder. Imagine-se a possibilidade de precisar afastar o vice-governador. É crise certa!

O governador Blairo Maggi talvez precise retomar o começo, lá em 2003...!

Onofre Ribeiro

onofreribeiro@terra.com.br





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