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Economia
Terça - 17 de Abril de 2007 às 16:57

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse, ao final da Cúpula Energética Latino-Americana, em Ilha Margarita, que não está contra a produção de etanol e que seu país, inclusive, importará o produto do Brasil. "Quero esclarecer que nós não estávamos contra biocombustíveis. Queremos importar etanol do Brasil, além disso, sem taxas." Em seu discurso, Chávez dirigiu-se ao presidente brasileiro: "Lula, solicito o melhor preço possível para os próximos dez anos".

No início de março, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, criticou a visita de Bush à América Latina – inclusive ao Brasil – e afirmou que o plano de difundir o etanol é “irracional e antiético”. “Pretender substituir a produção de alimentos para animais e seres humanos pela produção de alimentos para veículos para dar sustentação ao american style of life [estilo de vida americano] é uma coisa de loucos”, disse.

Hugo Chávez confirmou as declarações do assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, de que o Brasil está renegociando a venda do etanol para a Venezuela. "Nós vendemos etanol e vamos continuar vendendo etanol para a Venezuela para que incorpore cerca de 10%. As críticas sobre a produção do etanol estão atenuadas em certa medida. O acordo já está sendo refeito e agora é simplesmente uma questão de preço", afirmou Garcia em entrevista.

O presidente venezuelano defendeu, no documento final do encontro, um tratado energético sul-americano que tenha, entre os eixos estratégicos, petróleo, gás e biocombustível. Defendeu ainda duas formas de transportar gás pela América do Sul - uma por plantas de regaseificação, que levam gás líquido, e outra pelos gasodutos como o do Sul, o Transoceânico e o Transandino.

Sobre o Transandino, Chávez disse que conversou, ontem à noite, com Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, sobre a extensão do gasoduto até o Panamá, na América Central. O Transandino passa também pelo Equador, Peru e Bolívia.

Quanto ao Gasoduto do Sul, informou que, durante café da manhã hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o governo adiante as obras em território venezuelano.

"As riquezas energéticas devem ser o grande eixo de integração. Que tenhamos certeza de que não nos faltará energia. Para isso, é preciso um bom plano estratégico, ao menos para os próximos 20 anos", disse Chávez.

Ele lembrou que na faixa de Orinoco, na Venezuela, foi reservado um bloco sul-americano, onde já estão Brasil e Argentina, para exploração conjunta de poços de petróleo.

Quanto ao Banco do Sul, Chávez afirmou que o projeto deverá fiananciar a infra-estrutura da integração energética na região. A intenção brasileira de aderir à instituição foi anunciada no último domingo (15) em Washington, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Lançada em fevereiro pelos presidentes Chávez e Néstor Kirchner, da Argentina, a nova instituição já havia recebido adesão do Equador e da Bolívia. O Brasil vinha participando como observador nas reuniões técnicas que estudam o formato do banco.

Em seu discurso no encerramento da cúpula, Hugo Chávez lembrou ainda que do total de barris de petróleo no mundo, 25% estão na América do Sul e desses, 95% na Venezuela.





Fonte: ABr

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