Facção teria meta de matar 150 policiais no Rio
Investigações apontam que a Mangueira, um dos maiores redutos do CV, serve de base para os traficantes e é ponto estratégico para ataques. Com base nos locais onde os PMs foram mortos - todos eram lotados no 9º (Rocha Miranda), 16º (Olaria) e 22º (Maré) BPM - a polícia acredita que os ataques tenham relação com as milícias, já que as áreas controladas pelo 16º e 22º batalhões possuem favelas dominadas por milicianos, como a Kelson's, na Penha, e Ramos, no Complexo da Maré.
"O Comando Vermelho foi a quadrilha mais prejudicada pela ação das milícias. A que mais perdeu espaço", diz o comandante do 22º BPM, coronel Ruy Loury.
Milícias
As milícias são grupos de policiais que expulsam traficantes de favelas e ocupam a comunidade, cobrando taxas pelo serviço de segurança à população carente. Elas também oferecem serviços clandestinos de TV a cabo dentro das favelas e costumam cobrar taxas sobre o preço do botijão da gás.
Cautela
Publicamente, a cúpula da Segurança Pública no Estado age com cautela. O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, informou, por meio de assessoria, que as suspeitas de nova onda de ataques contra policiais surgida na noite de quarta-feira não passaram de boatos. Não houve, segundo o secretário, uma ordem expressa da cúpula de Segurança Pública para que os policiais mudassem de conduta. No entanto, os PMs passaram a andar em comboio e as cabines foram desocupadas.
Comandante-geral da PM, o coronel Ubiratan Ângelo, acredita que os recentes assassinatos de PMs não estejam ligados entre si. "Vejo casos isolados. Só o caso de Irajá teve características de ataque a policiais", disse, referindo-se à morte de dois PMs que foram fuzilados em uma patrulha, na semana passada.
Comentários