MT, MS,RO e AC receberão apoio para reforçar fiscalização contra aftosa na fronteira
Mato Grosso terá que intensificar a fiscalização e controle sanitário em toda a fronteira com a Bolívia, a pedido da OIE. O mesmo ocorrerá com toda a fronteira brasileira, que deverá ter a fiscalização reforçada, definida através de um Plano Nacional de Fiscalização na Fronteira, que deverá ser apresentado até o dia 16 de fevereiro. A fronteira de Mato Grosso com a Bolívia abrange 780 quilômetros de área seca e o contrabando de gado boliviano para o território mato-grossense é intenso, prática que aumenta o risco da entrada do vírus que provoca a febre aftosa no Brasil.
A fragilidade em barrar o trânsito de animais é agravada pela lacuna na cobertura de vacinação entre os nove pólos da produção pecuária no Mato Grosso, que hoje atinge 21,641 mil cabeças. A questão preço é o que norteia a prática ilegal na área de fronteira, pois a vantagem tentadora que se sobrepõe à lei está no fato de o valor pago por um bezerro no lado mato-grossense ser até 121,3% acima do valor cobrado na Bolívia.
Em média, um bezerro pode ser adquirido por US$ 70 a US$ 100 no país vizinho, o que equivale hoje a R$ 149,1 a R$ 213, contra o preço médio atual de R$ 330 em Mato Grosso. O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Antenor Nogueira, avaliou que a confirmação de febre aftosa na Bolívia "é uma grande preocupação para o Brasil", pois problema é o contrabando de gado na região de Mato Grosso.
Restrição
Ontem o governo de Mato Grosso do Sul, por recomendação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), anunciou que será mantida a interdição sanitária de Eldorado, Japorã e Mundo Novo por constatar circulação viral nesses municípios onde foram descobertos focos de febre aftosa em outubro de 2005. O segundo estudo feito de outubro do ano passado e janeiro deste ano envolveu 11,4 mil amostras de 444 propriedades, sendo que foram encontrados 2,7% de bovinos reagentes, com maior concentração em Japorã (4,9%), devido à presença de anticorpos contra proteínas não-estruturais induzidos por múltiplas vacinações.
Segundo a secretária estadual de Produção e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, isso demonstra que não existe febre aftosa em Mato Grosso do Sul e que a circulação viral está restrita aos três municípios que registraram casos da doença em outubro de 2005. “O vírus está contido onde começou”, explica a secretária, acrescentando que o Estado mantém o pleito de obter o status de área livre da febre aftosa com vacinação a partir de maio deste ano.
O diretor-presidente do Iagro (Agência Estadual de Controle Sanitário Animal e Vegetal), Roberto Bacha, destacou que todos os procedimentos necessários para o controle da doença estão sendo feitos pelo Estado, como a vacinação estratégica em 14 municípios do sul, acompanhamento do trânsito no local e o recadastramento. Ele acrescenta que um novo exame de sorologia será feito futuramente, mas não deve comprometer a possível liberação do status livre de febre aftosa com vacinação em Mato Grosso do Sul, cuja reunião da OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal) ocorre em maio.
Conforme o relatório, nos estudos realizados em 12,7 mil animais na região onde foi encontrado o foco, foram encontrados 26 bovinos reagente, o correspondente a 0,2%, fazendo com que o Departamento de Saúde Animal considera que as ações sanitárias conduzidas nos focos de aftosa mostraram-se suficientes para impedir a difusão do agente viral, com destaque para o reforço da vacinação dos bovinos com idade abaixo de 12 meses e para as ações de fiscalização e vigilância da região.
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