Com estrelas fora de campo, Estadual promete ser redenção do futebol de MT

O Campeonato Mato-grossense de futebol, que começa neste sábado com dois jogos no interior do Estado, promete ser o de maior índice técnico dos últimos anos. Com um repasse do Governo do Estado de R$ 100 mil para cada um dos 12 clubes participantes e mais a premiação para o campeão, as equipes investiram em busca do título e de retornar os tempos “áureos” do futebol regional.

O objetivo do Governo com esse “patrocínio” às equipes é colocar pelo menos um clube mato-grossense na elite do futebol brasileiro. No ano passado, a verba foi repassada aos clubes durante a competição e muitos clubes montaram seus elencos sem contar com a verba do Estado.

O Operário, campeão em 2006, obteve premiação para a disputa da Série C do brasileiro, mas não ultrapassou a segunda fase da competição nacional.

Neste ano, mais valorizado, os clubes trouxeram nomes de destaque no futebol nacional. Na Capital, Mixto e Operário têm seus técnicos como grande destaque. Wilson Mano (Mixto) e Luiz Carlos Winck (Operário) querem alavancar suas carreiras de treinador nos dois mais tradicionais clubes do Estado.

Dentro das quatro linhas, o Operário trouxe como grandes reforços o meia Alberoni (ex-Vasco e Paraná Clube) e o atacante Rinaldo, artilheiro do mato-grossense nos dois últimos anos. Para outras posições o clube se reforçou com jogadores de destaque no futebol mato-grossense. A equipe tricolor estréia neste domingo contra o Cacerense, em Cáceres.

O Mixto, por sua vez, trouxe praticamente todo time do interior paulista e de jogadores da região Sul do país. O principal destaque é o atacante Zé Hilton, que participou da última conquista alvinegra, em 1996, e durante muito tempo foi destaque no interior de São Paulo. Da última temporada permaneceram no clube apenas o lateral Fabiano e o volante Ivan.

Outra novidade para os mixtenses é que neste ano um grupo de empresários ligado à equipe arrendou o estádio Dutrinha para que a equipe mande seus jogos no acanhado estádio e faça dele seu “caldeirão”. Porém, o estádio passa por reformas e o clube estreará no Verdão, em Cuiabá.

Outro representante da Baixada Cuiabana no campeonato é o Dom Bosco. A equipe que foi “perdoada” pelos adversários e pode retornar a primeira divisão após ser rebaixado ano passado.

Para este ano, o Clube da Colina não fez nenhum grande investimento, contratando apenas jogadores que atuaram no futebol estadual. Os destaques do Azulão são os experientes Elias, Clebinho e Jonas. O clube ainda aposta na juventude de Dalvan, Kanaan e Carlos Alberto. A equipe Celeste estréia contra o Sinop, no norte de Mato Grosso.

Interior

Os clubes do interior também vêm com força, em busca do título mato-grossense. O União de Rondonópolis investiu novamente em “medalhões” do futebol nacional. Os grandes destaques são o meia Elivélton, campeão da Libertadores pelo São Paulo em 93, e o atacante Negreiros, ex-Flamengo.

A equipe ainda contratou jogadores que se destacaram no Estado, especialmente no arqui-rival Vila Aurora.

O Vila Aurora, ao contrário do rival União, não fez grandes investimentos. A grande aposta do “Tigrão” é a experiência e competência do técnico Carlos Rufino. Atual campeão estadual dirigindo o Operário, Rufino indicou jogadores que tem fizeram carreira no futebol de Rondônia e Mato Grosso do Sul. Além disso, um maior número de atletas da base foi incorporado ao elenco profissional do Vila.

Em Jaciara, o Grêmio também investiu pesado para buscar seu primeiro título estadual. A equipe, além de jogadores que já demonstraram competência no nosso futebol como o goleiro Hernades, o meia Odil e o zagueiro Ataliba, a equipe têm em seu comando o já consagrado técnico Éder Taques.

Ainda pela chave Sul Barra do Garças e Juventude também investiram para buscar o título mato-grossense. A equipe do Araguaia aposta em pratas-da-casa e jogadores do futebol goiano. O clube de Primavera busca o sucesso no estadual com uma parceria o Internacional, atual campeão mundial.

Na chave Norte, além de Operário e Dom Bosco, ainda tem Cacerense, Sinop, Sorriso e Luverdense. Destas, a equipe que mais investiu foi o Luverdense que contratou jogadores da região sul do país, especialmente do Rio Grande do Sul. O grande destaque da equipe de Lucas será o atacante Gauchinho, artilheiro da Libertadores de 1999 pelo Cerro Porteño, do Paraguai.

O Cacerense, atual campeão da Copa Mato Grosso, procurou manter a base da equipe que obteve sucesso ano passado. O técnico Birigui buscou reforços apenas para suprir a saída dos zagueiros Thiago Fofão, Marcelo do Ó e do meia Godoy.

Sinop e Sorriso investiram basicamente em um time caseiro, sem grandes estrelas.

Regulamento

O campeonato é composto pro 12 equipes divididas em dois grupos com seis times cada. O grupo A, chamado também de chave Norte estão Operário, Dom Bosco, Cacerense, Sinop, Sorriso e Luverdense. No grupo B, ou Chave Sul, estão Mixto, União, Vila Aurora, Grêmio de Jaciara, Juventude e Barra do Garças.

Na primeira fase as equipes se enfrentam dentro do próprio grupo em jogos de ida e volta, se classificando as três primeiras para a segunda fase. Os três últimos colocados de cada grupo disputam uma repescagem, onde o campeão se integra direto no quadrangular final.

Na segunda fase, as seis equipes classificadas se enfrentam entre si novamente e as três primeira se classificam para os quadrangular final, junto com o campeão da repescagem.

As quatro equipes que se mantiverem na disputa irão se enfrentar em jogos de ida e volta, se classificando as duas primeira para a final, também em jogo de ida e volta.

O campeão assegura vaga na Copa do Brasil do ano que vem, além de um carro zero quilometro. O vice também se garante no torneio nacional. A vaga na série C do brasileiro irá para a equipe que somar o maior número de pontos na primeira fase do estadual. A outra vaga do Estado para a Série C já é do Cacerense, atual campeão da Copa Mato Grosso.