Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 29 de Janeiro de 2007 às 15:25

    Imprimir


Mesmo sem aparecer na Câmara dos Deputados neste mês de janeiro e a dois dias de perder os mandatos, deputados federais de Mato Grosso, como Celcita Pinheiro, do PFL, Lino Rossi, do PP, Teté Bezerra, do PMDB e Ricarte de Freitas, do PTB conseguiram juntos, captar R$ 46.955,00.

E esse recurso não é parte de seus salários (R$ 12,8 mil) nem da verba mensal do gabinete a que eles têm direito (R$ 50 mil). A fonte por onde vai sair os R$ 46 mil é o famigerado programa conhecido como verba indenizatória, àquela medida que disponibiliza R$ 15 mil mensais para que os deputados paguem as despesas de seus escritórios políticos no Estado.

Com essa verba, o parlamentar banca custos como gasolina, viagens, telefones, internet, hospedagem e assessores. É só mostrar as notas fiscais que o dinheiro cai na conta do parlamentar.

No ano passado, a bancada mato-grossense, composta de 8 deputados federais, arrecadou R$ 1,355 milhão com esse benefício. De acordo com o balancete de janeiro deste ano, a bancada toda apresentou notas fiscais indicando gastos que atingiram a quantia de R$ 68.499,94. Detalhe: quem mais apresentou notas foram os deputados que não conseguiram a reeleição.

Locomoção

O deputado federal Ricartes de Freitas, por exemplo, disse ter consumido em seu escritório político aqui em Mato Grosso, neste mês, período de recesso parlamentar, a soma de R$ 14.155,00.

Assim ele descreveu os gastos em seu balancete, disponível desde a semana passada na internet (www.camara.gov.br) – num espaço onde aparece a palavra “transparência”: R$ 6 mil com “aluguel de imóveis para escritório; despesas concernentes a ele”. R$ 655,00 na “aquisição ou locação de software; serviços postais; assinaturas de publicações; TV a cabo ou similar; acesso à internet: e locação de móveis e equipamentos”.

O deputado afirma ainda em seu relatório ter consumido em janeiro R$ 4,5 mil na compra de combustíveis e lubrificantes. No final do balancete, Ricartes alega ter quitado R$ 3 mil na “locomoção, hospedagem e alimentação”.

Em janeiro do ano passado, Ricarte gastou menos recurso da verba indenizatória do que agora. Em janeiro do ano passado, período de recesso parlamentar, o petebista alegou ter consumido R$ 12.394,92, quase R$ 2 mil a menos do que neste janeiro.

No ano todo, os consumos indicado por Ricarte alcançaram a soma de R$ 166.693,34.

Já a deputada Celcita Pinheiro, do PFL, apresentou notas fiscais cuja soma finall indica que ela gastou R$ 15 mil na manutenção de seu escritório político neste janeiro, período de “férias” dos parlamentares.

Ela, que deve assumir uma secretaria na prefeitura de Cuiabá, disse ter gastado R$ 4.5 mil na compra de combustível; R$ 4,2 mil que foram aplicados em “consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos” e R$ 6.3 mil que conta no balancete com gastos com “locomoção, hospedagem e alimentação”.

Ano passado, Celcita disse em seu relatório que de janeiro a dezembro pagou despesas no valor R$ 179.423,48, conta paga com a da verba indenizatória, R$ 64.484,48 dos quais na compra de combustíveis.

A campeã

Teté Bezerra, do PMDB, foi mais modesta em sua prestação de contas para arrecadar um pedaço do benefício da verba indenizatória. Ela disse ter gasto R$ 2,8 mil neste mês. E esse dinheiro, segundo ela, custeou os gastos com combustíveis. Ano passado, Teté foi a campeã entre os parlamentares mato-grossense na compra de combustíveis.

Em 2006 ela disse ter aplicado R$ 82 mil só na compra de combustíveis, quantia que daria para estocar 28 mil litros de gasolina, o suficiente para rodar uns 36 mil quilômetros se o produto abastecesse um carro popular.

Já em janeiro do ano passado, Teté Bezerra declarou ter gastado da verba indenizatória esse valor: R$ 18.539,28.

Lino Rossi, do PP, que nem sequer disputou a reeleição, declarou na Câmara que seu escritório político gastou neste mês, exatos R$ 15 mil. Rossi mostrou notas fiscais indicando ter gastado R$ 10,5 mil na “aquisição de material de expediente” e outros R$ 4,5 mil na compra de combustíveis. Em janeiro do ano passado, Rossi anotou em suas notas fiscais que gastara R$ 15.073,00.

O pepista, embora tenha ficado quatro meses fora de Brasília ano passado, quando fora substituído por Thais Barbosa, apresentou em seu relatório gastos que alcançaram a cifra de R$ 119.018,20. Esse dinheiro é dado a ele como forma de incentivo aos parlamentares que mantém ativos seus escritórios na chamada “base eleitoral”.

Benefício vigiado

É legal, embora alguns parlamentares já debatam a idéia de pôr um fim no título verba indenizatória. Aldo Rabelo, que disputa a reeleição da presidência da Câmara, disse que vai brigar para que as notas fiscais apresentadas pelos deputados sejam publicadas na internet.

Isso, para Aldo, seria um meio de evitar fraudes. Suspeita-se que muitas notas encaminhadas pelos parlamentares são frias e, ao invés da verba indenizatória ser aplicada nos escritórios políticos, tenha tomado um outro rumo: o bolso dos deputados.

A deputada federal Thelma de Oliveira, reeleita pelo PSDB, disse em seu balancete que neste mês de janeiro, período que os parlamentares nem vão à Brasília, gastou R$ 14.300,21 com seu escritório político aqui em Cuiabá.

Ela sustentou no relatório que o recurso extra, serviu para cobrir gastos com “locomoção, hospedagem e alimentação” (R$ 4.250,00); “combustível e lubrificante” (R$ 4,5 mil): “aquisição de material de expediente” (R$ 2.595,00) e R$ 2.955,21 com “aluguel de imóveis para escritório; despesas concernentes a eles”.

Em janeiro do ano passado, a despesa apresentada por Thelma foi menor: R$ 12.693,33. No ano todo, ela consumiu R$ 179.631,13 do extra, R$ 52,8 mil dos quais na compra de gasolina.

O deputado federal Pedro Henry, do PP, que no ano passado consumiu a cota limite do título verba indenizatória (R$ 180 mil) alegou ter gasto em janeiro, período de recesso parlamentar, R$ 7.116,41.

De acordo com as notas fiscais de Henry ele consumiu mais recursos neste mês pagando despesas com combustíveis (R$ 4,5 mil.

As diferenças

Já o petista Carlos Abicalil declarou na Câmara dos Deputados que consumiu apenas R$ 128,32 neste janeiro. Neste mesmo período do ano passado, no entanto, Abicalil declarou ter consumido R$ 14.849,19 do recurso extra. No ano todo de 2006, o petista consumiu R$ 169.765,95 da verba indenizatória, dos quais R$ 43.685,29 em despesas ligadas a compra de combustíveis e lubrificantes.

Sem balancete

O deputado Wellinton Fagundes, do PR, até a manhã de hoje (29) não havia declarado seus gastos de janeiro nem de dezembro do ano passado. Fagundes, reeleito, consumira do extra em janeiro de 2006 a cifra de R$ 10.981,64. No ano todo, Fagundes consumira R$ 127.821,56 (aqui não consta o balancete de dezembro). O deputado gastou R$ 55 mil pagando despesa com gasolina no ano passado. É o que indicam as notas fiscais encaminhadas a Câmara dos Deputados.





Fonte: Midia News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/244922/visualizar/