Popularidade de marcas da Web indica mudança de poder

Uma pesquisa entre consumidores, divulgada nesta sexta-feira, expôs o segredo mais mal protegido do mundo dos negócios: as empresas de Internet vêm se tornando mais importantes para as pessoas do que as companhias que operam no mundo real.

O Google manteve seu título como marca mais influente do mundo, e o site de distribuição de vídeo YouTube e a enciclopédia online Wikipédia entraram no grupo das cinco maiores marcas, na terceira e quarta posições respectivamente, de acordo com uma pesquisa anual do site de marcas brandchannel.com.

Embora a pesquisa do brandchannel seja alvo de certa controvérsia, porque se baseia em entrevistas com 3.625 estudantes e profissionais de marca que respondem à pergunta "que marca teve maior impacto sobre suas vidas em 2006?" e não na medida do impacto econômico concreto, as provas que confirmam o resultado estão visíveis em toda parte.

Os visitantes das feiras de tecnologia e telecomunicações, por exemplo, estariam perdoados por considerar que o site de fotografia online Flickr, a operadora de blogs Vox, o serviço de telefonia via Internet Skype e o YouTube sejam empresas multibilionárias porque nenhuma empresa do velho mundo anuncia coisa alguma sem mencioná-los.

Na Consumer Electronics Show (CES), a maior feira mundial de eletrônica, em Las Vegas, o grupo de Internet Yahoo, veterano com 12 anos de experiência no setor, apareceu no palco diversas vezes, em anúncio de "produtos conjuntos", em parcerias com empresas como a Sony, fundada em 1946, e a Motorola, fundada em 1928.

A gigante dos celulares Nokia (fundada em 1865) recorreu ao Skype, Flickr e Vox para reforçar seus novos lançamentos. "Toda inovação está vindo da vanguarda da Internet", disse James Enck, analista da Daiwa Securities, em referência aos sites que oferecem serviços online. Como em qualquer setor, a inovação atrai consumidores.

John Chambers, presidente-executivo da Cisco, fundada em 1984, a maior empresa de infra-estrutura para a Internet, calculou que, dentro de quatro anos, 20 famílias gerarão tanto tráfego de Internet quanto o mundo todo gerava em 1995.