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Domingo - 28 de Janeiro de 2007 às 14:34

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A Globo preferiu não contar com a sorte na sétima edição do Big Brother Brasil. Ao contrário das temporadas anteriores, nas quais dois participantes eram escolhidos por meio de um sorteio, a produção monopolizou a escolha dos concorrentes. Bonzinhos, pobrezinhos e menos favorecidos esteticamente não tiveram vaga na casa este ano.

A emissora transformou em lei um pensamento do carnavalesco Joãozinho Trinta: "Quem gosta de pobre é intelectual". E partindo desse princípio, encheu o programa de candidatos com perfil ideal para ocupar uma vaga de galãzinho ou mocinha de novela das sete. Aqueles que fazem o tipo "gostosão, mas sem talento".

Concorrentes mais humildes, ao estilo de Cida e Mara - campeãs das edições quatro e seis, respectivamente -, simplesmente não existem na trupe. Desta vez, o público não tem como ficar sensibilizado com a história sofrida dessa ou daquela pessoa e dar o prêmio de R$ 1 milhão como se estivesse contribuindo para a melhor distribuição de renda do País.

Aliás, não falta apenas gente sofrida no BBB7. Para impedir que o telespectador se sensibilize com o passado dos participantes, eles simplesmente chegaram à casa como se não tivessem história. E essa escolha a dedo dos candidatos tem ainda outra conseqüência. Cria uma turma de iguais, com rapazes e moças que parecem pertencer à mesma tribo.

Apesar de tudo ser tão criteriosamente calculado, a realidade é incontrolável, mesmo no admirável mundo novo dos "reality shows". Um dos concorrentes foi substituído logo nas primeiras horas de confinamento. E a aparente obrigatoriedade de incluir um elenco multiracial "micou" logo "de cara".

Em várias edições, havia um nissei. Mas desta vez, como a candidata Yumi também foi excluída em cima da hora, o esquema "furou". E sempre há um negro. E, como Ayrton foi emparedado nas primeiras 48 horas do programa, por pouco os afrodescendentes ficaram sem representante na casa. Ainda bem que, pelas novas regras, a Globo teve a chance de consertar o equívoco e o moço se reuniu à galera novamente.

No Big Brother Brasil 7, as mocinhas e os mocinhos demonstram um assanhamento como nunca se viu. Dá para imaginar que os responsáveis pela edição nem estão tendo muito trabalho para deixar o programa mais "apimentado". A intromissão da produção, porém, nunca foi tão grande como agora. É fácil de notar. Quando se assiste ao programa pelo Multishow ou pelo "pay-per-view", os cortes de áudio são incontáveis. Sinal de que a produção está intervindo - e muito - na casa.

Seja como for, a Globo parece ter conseguido dar ao programa a cara que ela queria. É um "BBB" jovem, "sexy" e "sarado". E é justamente no Brasil que o formato é mais mexido, é mais alterado. Esse talento para controlar os "bonequinhos" dentro da casa tem trazido bons frutos. Tanto que o programa foi até indicado ao Emmy do ano passado como melhor programa não roteirizado. Mas fica difícil traçar o limite entre o documental e o ficcional.





Fonte: TV Press

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