PF pede mais prazo para investigar elo entre Abel e sanguessugas

O delegado da Polícia Federal, Diógenes Curado Filho, vai entregar à Justiça Federal nesta sexta-feira o terceiro pedido de prorrogação para o inquérito que investiga a relação entre o empreiteiro piracicabano Abel Pereira (foto) e a máfia das ambulâncias.

A PF indiciou nesta semana o ex-prefeito de Jaciara (a 142,7 quilômetros de Cuiabá), Valdizete Nogueira (ex-PSDB/ PPS), por ter intermediado relações entre Pereira, homem ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), e a família Vedoin, apontada como chefe do esquema dos sanguessugas. O indiciamento ocorreu com base nos artigos 288 e 317 do Código Penal: formação de quadrilha e corrupção passiva, respectivamente.

Nogueira confirmou que, acompanhado por Pereira, esteve numa audiência com o então ministro Barjas Negri para viabilizar recursos destinados à ampliação de um hospital. Negri sucedeu o atual governador de São Paulo, José Serra, na pasta.

Na versão dos Vedoin, Abel Pereira recebia propina de 6,5% por verba liberada e conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no ministério durante a gestão de Barjas Negri, atual prefeito de Piracicaba (SP). Ao que tudo indica, Pereira também deve ser indiciado.

Curado Filho deve ainda tomar os depoimentos, por carta precatória, de Mario Martignago (Santa Catarina) e Robson Rabelo (Distrito Federal) – titulares de duas das contas supostamente indicadas por Pereira para depósito de propina.