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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 23 de Janeiro de 2007 às 11:46

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A um dia da primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Guido Mantega (Fazenda) constrangeu o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao cobrar a redução dos juros no lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e vincular o sucesso do programa à manutenção da queda.

Mantega falava sobre os cenários de taxa de juros incluídos no PAC e aproveitou para dar recado ao presidente do BC, sentado poucos metros a frente: "Primeira conclusão é que o mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação, viu, Meirelles?".

Em entrevista a jornalistas, questionado sobre o quanto o PAC dependia da queda dos juros, Mantega respondeu: "Para viabilizar esse programa, é preciso que as taxas de juros continuem caindo e o volume de crédito, aumentando".

Documentos divulgados ontem apontam queda da taxa, que ficaria em 12,25% neste ano, 11,4% em 2008, 10,5% em 2009 e 10,1% no último ano do segundo mandato de Lula.

"Poderá ser menos", disse Mantega. "Acredito que será menos, mas quis ser conservador. Usei o Focus [pesquisa semanal feita pelo BC com analistas financeiros] para não criar dúvidas no mercado."

Na sua exposição inicial, Mantega havia destacado que a equipe econômica utilizara as previsões de mercado para montar os cenários do PAC para não "dizerem que estamos orientando o Copom".

Meirelles, que participou da cerimônia, deixou o Palácio do Planalto sem dar entrevistas. No BC, disse não ter considerado os comentários pressão para que os juros caiam mais rápido.

"Foi uma manifestação de confiança na capacidade do BC de entregar a inflação na meta, de modo que as previsões do mercado se concretizem", disse, sem comentar o efeito que as medidas fiscais podem ter sobre o futuro da taxa Selic e ao afirmar que o tema será discutido hoje e amanhã na reunião do Copom. As apostas do mercado são de corte de 0,25 ponto percentual e queda dos juros para 13%.





Fonte: Folha de S. Paulo

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