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Politica Brasil
Terça - 23 de Janeiro de 2007 às 07:01

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Ex-prefeito de Jaciara (a 142,7 quilômetros de Cuiabá), Valdizete Nogueira (PPS) deve prestar depoimento na próxima quarta-feira à Polícia Federal no inquérito que apura o envolvimento do empreiteiro piracicabano Abel Pereira com a máfia das ambulâncias, comandada pela família Vedoin. Pereira é ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB), que é atual prefeito de Piracicaba (SP).

Em 2002, segundo o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, Nogueira apresentou Pereira a seu pai (Darci Vedoin) como uma pessoa que teria acesso ao então ministro tucano para facilitar a liberação de verbas destinadas à venda superfaturada de unidades móveis de saúde e equipamentos hospitalares, a partir de emendas parlamentares. Darci e Luiz Antonio Vedoin acusam o empreiteiro de receber propina (6,5%) por verba liberada. Conforme Luiz Antonio, Pereira conseguiu a liberação de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões no ministério.

Ao depor em outubro do ano passado, Pereira disse que Nogueira é amigo de sua família há anos. “(...) em 2003, Valdizete intermediou a venda de parte de uma fazenda (de Abel Pereira) em Jaciara e depositou parte da corretagem, cerca de R$ 80 mil, na conta do ex-prefeito”, diz trecho do depoimento.

Abel Pereira e Valdizete Nogueira estiveram ao menos uma vez juntos no Ministério da Saúde para pleitear recursos que viabilizariam a ampliação do hospital de Jaciara. Uma das empresas de Pereira – Cicat – venceu a licitação para o serviço de construção, no valor de R$ 406 mil.

O ministério ainda não encaminhou a agenda de Negri à polícia. A agenda descreve audiências e viagens do ex-ministro entre fevereiro e dezembro de 2002. A PF também não recebeu a relação de pagamentos por ambulâncias feitos na gestão do tucano.

A Junta Comercial de Minas Gerais ainda não forneceu informações sobre as empresas Datamicro Informática, de Governador Valadares, e Império Representações Turísticas, de Ipatinga. Abel Pereira teria pedido aos Vedoin que depositassem dinheiro da propina na conta das empresas localizadas em Minas.

Responsável pelas investigações, o delegado Diógenes Curado Filho deve tomar o depoimento, por carta precatória, de Mario Martignago – titular de uma das contas indicadas por Pereira para depósito. Martignago está em Santa Catarina, segundo a polícia.

Conforme consta do inquérito, Nogueira teria recebido ao menos R$ 7 mil de uma das empresas dos Vedoin, a Klass, bem como Robson Rabelo de Almeida, R$ 20 mil.

Indiciamento – O ex-prefeito já foi indiciado pelos crimes de fraude em licitação, sobrepreço e corrupção, conforme o Olhar Direto revelou em primeira mão em dezembro, sob a acusação de ter direcionado o resultado de licitações que favoreceram empresas comandadas pelos Vedoin e, conseqüentemente, ter se beneficiado da máfia das ambulâncias.





Fonte: Olhar Direto

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