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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quinta - 18 de Janeiro de 2007 às 07:14
Por: João Carlos M. Caldeira

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Viajei de férias para Fortaleza com a família na semana passada e pude constatar e sentir na pele, o que até então, acompanhava pelos noticiários e pelos jornais: o caos dos aeroportos e o total descaso e desrespeito da (por enquanto) maior companhia aérea do país.

Alguém que está lendo esse artigo pode até imaginar: como é que eu, mesmo sabendo de todo os problemas com o transporte aéreo e com a companhia, comprei a passagem da TAM neste mês? Explico: como geralmente sou organizado, comprei o pacote de viagem com as passagens, em Agosto de 2006, muito antes da queda do avião da Gol, da crise dos controladores do tráfego aéreo e de toda essa confusão.

Paguei cerca de 25% a mais do preço de baixa temporada com mais de seis meses de antecedência e como os milhares de brasileiros que utilizam o avião como meio de transporte, não tenho culpa nenhuma do que está acontecendo.

Na ida para Fortaleza, o vôo atrasou uma hora e quarenta minutos sua partida de Cuiabá e mais de duas horas de Brasília (escala). Além de todos os problemas habituais (filas enormes nos guichês, superlotação, pouco espaço entre os bancos, serviço de bordo de baixa qualidade, etc.) e dos atrasos dos vôos, minhas malas seguiram um destino diferente do meu: foram para Maceió.

No retorno para Cuiabá, o atraso foi de duas horas e meia em Fortaleza e mais uma hora e meia em São Paulo, além de todos os problemas anteriores (com exceção das bagagens que chegaram ao destino).

Numa das escalas em Brasília, apesar das portas fechadas após o embarque dos passageiros e da movimentação da aeronave, o piloto teve que abortar a decolagem, mesmo com a autorização da torre de comando, para reabrir as portas e esperar dois passageiros que acabaram de chegar (atrasados) de outra conexão.

Teve até overbooking de cachorros! É isso mesmo, dois passageiros queriam embarcar com seus cães (haviam solicitado à TAM) e nessa discussão, mais quarenta minutos de atraso, e por aí vai, de atraso em atraso, de descaso em descaso. Nunca vi tamanha confusão e desinformação entre os funcionários da TAM, não que seja culpa deles, acho até que a grande maioria tem boa vontade e estão bem intencionados, mas estão mal orientados, mal geridos, mal planejados.

Acho até o Comandante Rolim, saudoso fundador da Transportes Aéreos Marília, homem à frente de seu tempo, que revolucionou o atendimento e o serviço aéreo brasileiro (lembram do tapete vermelho e da carta ao presidente?), está revirando e se contorcendo em seu túmulo, com tantos erros e besteiras que os gestores atuais da TAM estão cometendo.

Sou usuário regular do transporte aéreo há muitos anos e jamais vi tamanho descaso e desrespeito aos passageiros. Não prestam esclarecimentos aos usuários, ignoram suas solicitações, desrespeitam os contratos, violam as leis internacionais do transporte aéreo, tudo em nome da crise dos ¨controladores de vôos¨, do ¨aumento do número de usuários¨ e da ¨manutenção corretiva de seis aeronaves¨.

Infelizmente a TAM está se aproveitando da situação (não estou eximindo o governo federal de sua parcela de culpa!) e fazendo dos seus clientes gato e sapato. Políticos, autoridades, entidades representativas de classes e o todo o setor do turismo de Mato Grosso, deveriam se unir e viabilizar o retorno da Varig e da BRA para o estado, além de novas empresas como a Ocean Air, Enquanto isso ficamos praticamente a mercê dos caprichos econômicos da GOL e da TAM em Mato Grosso. Lamentável!

João Carlos M. Caldeira. Empresário, jornalista e professor universitário.





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