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Internacional
Terça - 16 de Janeiro de 2007 às 14:54

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Cerca de 2,3 milhões de crianças e jovens de até 15 anos são portadores do HIV, e apenas um em cada dez que precisam de tratamento conseguem atendimento, segundo aponta relatório divulgado nesta terça-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Esse quadro faz com que os 90% das crianças que deixam de receber tratamento enfrentem um "futuro duro e efêmero'. A metade delas não chega a completar dois anos de vida.

Além disso, calcula-se que existam no mundo 15,2 milhões de jovens com menos de 18 anos que perderam algum de seus pais em decorrência da Aids. Além de privar crianças e adolescentes dos cuidados paternos ou maternos, isso condiciona muitos outros aspectos de sua vida, como as chances de ser adotado.

Apesar dos esforços, esse número deve subir para 20 milhões em 2010, segundo o Unicef, que calcula em US$ 30 bilhões a injeção de dinheiro necessária nos próximos quatro anos para melhorar drasticamente a situação da infância em relação à Aids.

Com esse montante, seria possível cumprir as metas estabelecidas na iniciativa "Unidos com a juventude, unidos para vencer a Aids", lançada em outubro de 2005 por diferentes agências internacionais.

"Mas apesar de os resultados continuarem sendo tragicamente insuficientes, em alguns aspectos importantes há mudanças", diz o relatório.

Objetivos para 2010

Os objetivos da iniciativa incluíam que, em 2010, pelo menos 80% das mulheres que necessitadas recebessem os serviços apropriados para evitar o contágio de seus filhos durante a gravidez.

O Unicef calcula que uma em cada dez mulheres jovens grávidas que vivem nas capitais da África subsaariana sejam portadoras do vírus da Aids, e que pelo menos uma em cada três contagiará seus filhos.

A iniciativa também visa a que, em 2010, 80% das crianças infectadas recebam tratamento, pois dos 2,3 milhões de jovens [com até 15 anos de idade] soropositivos (80% dos quais vivem na África subsaariana), cerca de um terço morre com um ano e a metade não supera seu segundo aniversário.

Mortes

Só em 2006, 380 mil crianças morreram em decorrência da Aids, apesar de que "a maioria dessas mortes poderia ter sido evitada se os infectados tivessem recebido algum tratamento", diz a organização, que lamenta que, na África subsaariana, menos de uma de cada três crianças tenha uma noção clara do que é a doença.

Outro objetivo até 2010 é que tenha sido reduzido em 25% o número de pessoas portadoras do HIV. Para isso, diz o relatório, "é necessário que todos os planos de ação integrem as crianças e adolescentes".

Calcula-se que 10 milhões de jovens com idades entre 15 e 24 anos sejam soropositivos em todo o mundo.

Apesar de os desafios ainda serem "descomunais", o Unicef afirma que começa a haver melhoras relativas no combate à epidemia. Segundo o relatório, as crianças estão cada vez mais integradas nas políticas nacionais desenhadas para combater a doença e, em cerca de 20 países da África subsaariana, elas já são uma prioridade nos planos de ação.

De acordo com a ONU, graças a essas atitudes, à melhora dos métodos de detecção e ao barateamento dos remédios, cada vez mais crianças recebem tratamento.

O preço dos remédios "caíram drasticamente nos últimos 18 meses e seus métodos de aplicação simplificaram-se enormemente, o que facilita a continuidade dos tratamentos".

Em 70 dos países mais castigados pela Aids, a organização detectou que a prática de teste e de assessoria passou de 4 milhões de pessoas, em 2001, para 16,5 milhões, em 2005.

Além disso, em 58 países estudados, foi dada educação sobre a Aids em 74% das escolas primárias e em 81% das de ensino médio, no ano de 2005, o que, para o Unicef, é uma esperança de mudança no devastador efeito da doença sobre a infância.





Fonte: Folha Online

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