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Politica Brasil
Terça - 16 de Janeiro de 2007 às 07:48

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É cada vez mais grave a divisão entre os tucanos: no dia 23, os deputados do PSDB vão se reunir em Brasília para decidir se referendam ou não o apoio já declarado pelo líder do partido, Jutahy Júnior (BA), ao petista Arlindo Chinaglia (SP), na disputa pela presidência da Câmara contra Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “A tendência da bancada é manter o apoio à candidatura de Chinaglia”, acredita Jutahy. Na semana passada, ele anunciou o apoio da bancada ao petista, mas recuou diante da reação negativa de integrantes do partido, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O recuo, porém, não foi suficiente para desarmar os espíritos.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), está organizando para dia 25 um grande encontro em Brasília com a participação dos presidentes das executivas regionais, de todos os membros da Executiva Nacional e ainda das bancadas na Câmara e no Senado para deliberar sobre a mesma questão - que, em tese, já terá sido resolvida dois dias antes. “Nós vamos rever essa decisão. Não temos nada contra Chinaglia, que é um bom rapaz, mas não podemos apoiar quem defende a anistia do ex-ministro José Dirceu”, afirmou Virgílio.

Os tucanos ainda estão divididos em outras articulações relacionadas com a disputa pela presidência na Câmara. Cerca de 20 deputados do partido vão se reunir hoje no Congresso para dar uma resposta mais imediata. Os parlamentares favoráveis à reeleição de Aldo e os que apóiam o lançamento de uma candidatura de terceira via vão se posicionar contra o anúncio de apoio a Chinaglia. “Ao fazer uma consulta telefônica para uma decisão dessa magnitude, Jutahy errou na forma e no conteúdo. Ele tinha de reunir a bancada e anunciar a posição depois de uma intensa discussão interna”, reclamou o deputado José Aníbal (PSDB-SP).

Divisão

Para Jutahy, a convocação da Executiva para rediscutir uma posição tomada de forma soberana pela bancada pode aprofundar ainda mais a divisão interna do partido. Ele até admite a crítica à consulta telefônica e, a pedido do futuro líder da bancada, Antônio Carlos Pannunzio (SP), resolveu pedir a tomada de posição com todos os 63 deputados tucanos pessoalmente.

No centro do confronto, sem contar com o respaldo público dos governadores que apóiam Chinaglia, Jutahy confidenciou a um amigo que seria uma loucura reunir a Executiva para desautorizar a decisão dos deputados. “A bancada é soberana”, lembrou. Ele confirmou não ter consultado Tasso, mas assegurou que, sabendo ser Fernando Henrique favorável ao apoio a Aldo, encarregou o deputado Francisco Graziano (PSDB-SP) de avisar o ex-presidente da tendência pró-Chinaglia da bancada. E a resposta, garantiu, foi a de que não haveria problemas ou constrangimentos.

Para sua surpresa, sustenta, o ex-presidente se manifestou por meio de nota, deflagrando a discussão interna e colocando luz na divisão do partido. Antes mesmo da definição por Chinaglia, porém, Tasso - de férias na Europa - já tinha enviado sinais de que não continuaria na presidência do partido. “Ele apenas disse que não morre de amores pelo cargo. Não é um cargo pelo qual ele tenha apego”, explicou Virgílio.





Fonte: AE

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