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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 13 de Janeiro de 2007 às 13:32

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Depois do fracasso da vasta operação lançada para conseguir a segurança na capital iraquiana, os Estados Unidos vão enviar 17.

500 soldados adicionais com vistas a tentar ganhar a "batalha de Bagdá", aplicando a nova doutrina de luta contra os insurgentes.

Chamado pelos colegas de "o rei Davi", o general David Petraeus, de 54 anos, ex-comandante da prestigiosa 101ª divisão aerotransportada, comandará as tropas americanas no Iraque. Assim, porá em prática o manual militar contra a insurreição, publicado em dezembro de 2006, do qual Petraeus é um dos principais autores.

Tirando lições de quase quatro anos de guerra no Iraque, a nova doutrina contradiz várias táticas empregadas até o momento pelo exército americano.

"A vitória final nas operações contra a insurreição se obtém protegendo a população, não as próprias forças. Se os soldados ficam em suas bases, perdem o contato com a população, dão a impressão de que estão assustados e deixam a iniciativa nas mãos dos insurgentes", diz o novo manual.

No entanto, os soldados americanos presentes agora no Iraque estão aquartelados em guarnições semelhantes a fortalezas, das quais só saem quando partem em caravanas fortemente armadas, provocando a fuga dos veículos civis que encontram pelo caminho.

O uso da força também foi alvo de críticas no novo manual. "A chave está em saber quando é necessário utilizar a força e quando pode ser contraproducente" pelos riscos de "danos colaterais" (vítimas entre a população civil) e para não armar a "propaganda" inimiga.

Trata-se de uma pequena revolução cultural para um exército que, orgulhosamente, chamou sua campanha de invasão do Iraque, em março de 2003, de "choque e medo", criticado inclusive por seus aliados devido à sua propensão ao "gatilho fácil".

Mas da teoria à prática há uma grande distância e o exército americano tem pouca experiência na área da luta contra a insurreição, sobretudo no ambiente urbano. O mais importante é não repetir o ataque a Fallujah, que quase foi reduzida a cinzas em novembro de 2004.

Por outro lado, tampouco é certo que o general Petraeus vá dispor dos meios necessários para pôr em prática suas próprias recomendações. O presidente americano, George W. Bush, anunciou na quarta-feira o envio de 21.500 militares para reforçar os 132.000 que já estão presentes no país.

Serão enviados para Bagdá 17.500 homens, elevando para mais de 35.000 o número de militares disponíveis na capital.

Mas o manual lembra que "20 soldados por mil habitantes é considerado o mínimo requerido para operações antiguerrilheiras", razão pela qual, tendo em conta os seis milhões de habitantes de Bagdá, seriam necessários... uns 120.

000 homens.

No entanto, os americanos estarão apoiados por forças iraquianas reforçadas com até 30.000 policiais e 20.000 soldados, mas este contingente continua longe do ideal, levando em conta que estes militares são pouco confiáveis em combate e que a polícia está infiltrada por milícias xiitas.

O plano "Juntos Adiante", lançado em junho de 2006, fracassou por não dispor de suficientes homens para aplicar a estratégia de "limpar, manter, construir".

Os soldados americanos só tinham alguns minutos para inspecionar um edifício de vários andares e seu objetivo não era permanecer para "dominar" os bairros, tornando impossível a fase de reconstrução.

Os reforços anunciados das tropas americanas não são "suficientes" e chegam "tarde demais", comentou o ex-comandante da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Kosovo, o general americano Wesley Clark, estimando que "no Iraque seria necessária pelo menos uma força de 500.000 homens".





Fonte: AFP

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