<b>Para revista, Blairo Maggi é um dos protagonistas da devastação da Amazônia</b>
“Conhecido como "o rei da soja", ele é o maior produtor mundial da leguminosa. Em 2005, Maggi recebeu outro título, bem menos honroso: o Motosserra de Ouro, concedido pelo Greenpeace pelo fato de Mato Grosso ter sido o campeão de desmatamento no Brasil pelo terceiro ano seguido, bem no período em que ocupou o palácio do governo”, diz trecho da reportagem.
A National Geographic também aponta a utilização feita por Maggi do poder econômico obtido com o Grupo André Maggi, para criar a cidade de Sapezal “como núcleo de apoio à operação de uma única fazenda” e a infra-estrutura para escoar a própria produção sem ter que aguardar a ampliação da BR-163, velha reivindicação da categoria de agronegociadores do Estado.
“Ruivo e corpulento, Maggi, 50 anos, ainda guarda um ar de menino que contrasta com sua reputação de inimigo da floresta”, descreve o texto. A revista reafirma o que vem sendo negado pelo governador: Maggi não descarta ser candidato à Presidência da República. O governador, atualmente sem partido, classifica como exagerado o temor de que a Amazônia seja destruída pela expansão da agropecuária e exploração de madeiras e outros itens.
Alguns critérios respeitados por Maggi para negociar com produtores de menor porte - preocupando-se em não se envolver com aqueles que se utilizam de terras desmatadas ilegalmente, trabalho análogo à escravidão e descuidos com agrotóxicos – são destacados por um dos entrevistados da revista, Dan Nepstad, do Centro de Pesquisa Woods Hole, em Massachusetts, Estados Unidos.
A revista informa, porém, que Maggi não parece se preocupar muito com a intoxicação do meio ambiente pelo uso excessivo de substâncias químicas que possibilitam o cultivo de soja, apesar dos apelos de comunidades indígenas como os Enawenê-nawê, da região de Juína, sobre a escassez de peixes e água potável. Quanto ao cumprimento da lei ambiental pelos produtores agrícolas Maggi “ainda demonstra certa relutância em fazer cumprir a lei”, diz a revista.
"Em todo o mundo, só os produtores brasileiros são obrigados a manter essa reserva", comenta. "Na verdade, eles deveriam receber algum tipo de compensação por manter intocadas essas áreas."
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