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Meio Ambiente
Quinta - 11 de Janeiro de 2007 às 10:31

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Em reportagem de capa deste mês, intitulada “Amazônia Urgente”, a revista National Geographic disseca as conseqüências da destruição da região e os porquês de sua exploração. Um dos destaques da reportagem é a postura do governador Blairo Maggi, classificado pelo movimento ambientalista, segundo a publicação, como “um garoto-propaganda da mentalidade predatória”.

“Conhecido como "o rei da soja", ele é o maior produtor mundial da leguminosa. Em 2005, Maggi recebeu outro título, bem menos honroso: o Motosserra de Ouro, concedido pelo Greenpeace pelo fato de Mato Grosso ter sido o campeão de desmatamento no Brasil pelo terceiro ano seguido, bem no período em que ocupou o palácio do governo”, diz trecho da reportagem.

A National Geographic também aponta a utilização feita por Maggi do poder econômico obtido com o Grupo André Maggi, para criar a cidade de Sapezal “como núcleo de apoio à operação de uma única fazenda” e a infra-estrutura para escoar a própria produção sem ter que aguardar a ampliação da BR-163, velha reivindicação da categoria de agronegociadores do Estado.

“Ruivo e corpulento, Maggi, 50 anos, ainda guarda um ar de menino que contrasta com sua reputação de inimigo da floresta”, descreve o texto. A revista reafirma o que vem sendo negado pelo governador: Maggi não descarta ser candidato à Presidência da República. O governador, atualmente sem partido, classifica como exagerado o temor de que a Amazônia seja destruída pela expansão da agropecuária e exploração de madeiras e outros itens.

Alguns critérios respeitados por Maggi para negociar com produtores de menor porte - preocupando-se em não se envolver com aqueles que se utilizam de terras desmatadas ilegalmente, trabalho análogo à escravidão e descuidos com agrotóxicos – são destacados por um dos entrevistados da revista, Dan Nepstad, do Centro de Pesquisa Woods Hole, em Massachusetts, Estados Unidos.

A revista informa, porém, que Maggi não parece se preocupar muito com a intoxicação do meio ambiente pelo uso excessivo de substâncias químicas que possibilitam o cultivo de soja, apesar dos apelos de comunidades indígenas como os Enawenê-nawê, da região de Juína, sobre a escassez de peixes e água potável. Quanto ao cumprimento da lei ambiental pelos produtores agrícolas Maggi “ainda demonstra certa relutância em fazer cumprir a lei”, diz a revista.

"Em todo o mundo, só os produtores brasileiros são obrigados a manter essa reserva", comenta. "Na verdade, eles deveriam receber algum tipo de compensação por manter intocadas essas áreas."





Fonte: Da Redação / Com National Geographic

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