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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sábado - 06 de Janeiro de 2007 às 13:19

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As eleições presidenciais na França, neste ano, e nos Estados Unidos, no ano que vem, devem prorrogar a paralisia na atual rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio, a chamada Rodada Doha. A avaliação é de Ricardo Seitenfus, professor de Relações Internacionais da Universidade de Santa Maria.

"A livre concorrência na área agrícola é um termo sem sentido e é isso que os países do G20 pretendem fazer com que mude a partir de um calendário mais largo. Mas, em razão das eleições nos Estados Unidos e das eleições francesas, provavelmente não avançaremos nenhum centímetro nesse caminho em 2007", afirmou em entrevista à Rádio Nacional.

A abertura do mercado para produtos agrícolas e a eliminação dos subsídios concedidos por governo dos países desenvolvidos a seus agricultores são as questões-chave da Rodada Doha, lançada em 2001 com o objetivo de ser a rodada do desenvolvimento. No entanto, os países desenvolvidos especialmente Estados Unidos, União Européia e Japão- condicionam qualquer flexibilização à abertura dos setores de serviços e manufaturados por parte das nações em desenvolvimento.

"Se economicamente estes setores são importantes, no setor agropecuário a importância se dá também eleitoralmente", destaca o professor."A força de pressão que os meios rurais, de produção agrícola, têm nos Estados Unidos e na Europa é extraordinária e todos os políticos destes países se dão conta de que eles não podem avançar muito sem contentar essa base campesina. Por isso, muito dificilmente chegaremos a bom termo com essa negociação ao longo desse ano de 2007", avalia.

Seitenfus defende a posição do Brasil e do G20 grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia na priorização das questões ligadas ao mercado agrícola. "O Brasil e o G20 têm motivos de sobra para introduzir, finalmente, após quase 50 anos de rodadas, uma atenção sustentada para a questão de interesse dos países em desenvolvimento. Até o presente momento estas questões passaram ao largo da liberalização comercial, e isso é inaceitável", destaca.

Para ele, "a rodada multilateral deve ser uma avenida com duas mãos, que beneficie a todos os países, sejam eles quais forem e tendo o nível de desenvolvimento que tiverem".





Fonte: Agência Brasil

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