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Cultura
Sexta - 05 de Janeiro de 2007 às 02:14

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Rio- Ser a primeira escola a pisar na Sapucaí, no domingo de carnaval, depois de ficar nove anos no Grupo de Acesso é apenas um dos vários desafios do carnavalesco Paulo Menezes, que faz sua estréia à frente da Estácio de Sá. A grande surpresa estará no sexto carro da agremiação, que representa Nova Iorque. Paulo Menezes prepara uma réplica da Estátua da Liberdade com 5m de altura, decorada só com chicletes (aqueles da caixinha amarela). Para isso, 600 mil pastilhas foram encomendadas ao patrocinador do enredo.

Responsável pela reedição do enredo de 1987, ‘O tititi do Sapoti’, ele aposta em uma nova roupagem para emplacar o tema. “Ainda não vi o vídeo do desfile de 87. Espero que a concepção seja totalmente diferente. Criei a sinopse a partir do samba-enredo, além disso são vinte anos de distância; a própria mudança do carnaval fará com tudo seja diferente”, garante.

Com a marca de ficar pouco tempo pelas escolas por onde passa, Paulo Menezes desfaz a imagem de "brigão": "Na maioria das escolas por onde passei não tinha diretor de carnaval, o que me obrigava a ter que cobrar pessoalmente dos funcionários. Sou chato e exigente, mas luto sempre pelo sucesso da agremiação. Ainda não tenho um nome fixado, mas já criei identidade", revela.



Conhecido pelo estilo barroco, Paulo Menezes não esconde a origem de sua inspiração. "Sou fã do trabalho do Arlindo Rodrigues, por isso coloquei uma foto dele em minha sala". A carnavalesca da Imperatriz, Rosa Magalhães, também serve como exemplo. "Acho o desfile de 95 da Rosa sobre o Ceará inesquecível", completa.

Ao ser contratado pela vermelho e branco, em Junho de 2006, quando o enredo já estava escolhido, Paulo decidiu manter o tema por considerá-lo bom. Para pesquisar a história do sapoti, a internet foi fundamental. "Hoje em dia, o Google facilita tudo".

Com as pesquisas finalizadas, Paulo diz o que vai apresentar na Sapucaí: "Contaremos a história da fruta, a partir do povo mais no México e depois com os Incas, até a ida com os espanhóis para a Europa. Passaremos ainda pelo Oriente onde o sapoti encontrou um clima mais propício e chegaremos nos Estados Unidos para mostrar a popularização da goma de mascar com os filmes". No último setor, as bolas de chiclete funcionarão como metáfora de liberdade a partir do gesto de mascar chicletes pelas crianças do mundo.

Alteração em detalhes dos protótipos

Formado em História pela Universidade Veiga de Almeida (UVA) e com passagens por escolas como Paraíso do Tuiuti, Ilha, Mocidade e Império Serrano, o carnavalesco diz só ter provado o sapoti recentemente. “Por fora, parece um kiwi, mas não tem gosto de chiclete como muitos pensam”. Outra revelação se refere à mudanças realizadas em dois protótipos de fantasias. "Resolvi tirar a máscara da primeira ala (Toten maia) e também do figurino da bateria. Depois da apresentação das roupas na quadra, percebi que estava atrapalhando um pouco o desfilante".

Atualmente, 130 pessoas trabalham no barracão da Estácio. A meta é deixar tudo pronto bem antes do carnaval. "Nossas esculturas já estão prontas e a decoração só não foi iniciada, porque a poeira estraga muito. Com certeza, é o meu carnaval mais tranqüilo até hoje. Cheguei no meio do ano passado e já consegui realizar tudo o que queria", confessa. A Estácio levará para a Sapucaí 4.200 espalhados por 36 alas e sete carros alegóricos. Nove tripés também estarão na Avenida.




Fonte: O Dia

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