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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 01 de Janeiro de 2007 às 14:52

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O sonho de Blairo Maggi chegar a um cargo de primeira grandeza no cenário político nacional – até mesmo uma Presidência da República, quem sabe – já começa a sair da gaveta. Ao tomar posse nesta terça-feira, dia 1º, como governador de Mato Grosso reeleito, Maggi reabre o projeto arquivado ainda na metade da primeira gestão, quando viu seus frágeis acordos políticos sendo desatados um a um pela falta de consistência. Mais encorpado politicamente, já sem a inocência do primeiro mandato, Maggi tem hoje, de fato, o controle de grande parte de um dos maiores segmentos da economia nacional, o agronegócio – com o qual pretende empunhar sua bandeira.

Primeiro, politicamente! Maggi é hoje um dos governadores mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao se posicionar – contra o movimento da sua própria classe produtora – em favor da reeleição de Lula, o governador se transformou naturalmente como uma espécie de interlocutor entre o agronegócio e o Governo Federal. O governador de Mato Grosso trocará de partidos e foi orientado pelo presidente a se filiar ao PSB – o que ainda não foi oficializado por questões de espaço interno local. Outra hipótese é Maggi ir para o PL, partido do atual vice-presidente da República.

Desde de novembro, Maggi se encontrou cinco vezes com Lula. Há pouco mais de um mês, o presidente foi a Mato Grosso, onde passou uma noite na fazenda do governador e inaugurou obras no Estado. No último encontro, na semana passada, o governador recebeu de Lula a promessa de liberação de R$ 80 milhões ainda no fim do ano. Para 2007, foi prometida verba para duplicação da BR-364 e pavimentação da BR-163, ao norte do Estado, em direção a Santarém (PA). Essas estradas federais são as mais importantes para o escoamento de soja.

Além de “segurar” o agronegócio, Maggi ainda está tentando ajudar o presidente a fortalecer sua base de apoio no Congresso Nacional. Estado periférico, com uma bancada reduzida ao patamar mínimo assegurado pela Lei, Maggi levou para a conversa com Lula na quarta-feira, dois senadores do PFL de Mato Grosso, Jonas Pinheiro e Jaime Campos. Ambos não prometeram “juras de amor” ao presidente, mas também, em nome das coisas de Mato Grosso, se disseram dispostos a ajudar na governabilidade.

Mesmo sem indicar nomes para o cargo de ministro da Agricultura, Maggi deverá controlar – mesmo que a distância – a política do Governo para os negócios no campo. O presidente, por sua vez, abrirá a caixa em favor do segmento. Motivo muito simples: o Governo Federal prevê que o setor responderá por mais de 90% do saldo comercial brasileiro em 2006, estimado em US$ 44 bilhões. O superávit do setor deverá ser de US$ 42,5 bilhões, resultado de exportações de US$ 49 bilhões contra importações de US$ 6,5 bilhões. A agricultura nacional está começando a se recuperar da crise enfrentada nas últimas duas safras e Maggi pretende capitalizar eleitoralmente a hipótese de um novo “boom” econômico ao seu segmento. Isto é: mais uma ferramenta para se colocar numa posição estratégica em 2010.





Fonte: 24HorasNews

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