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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 30 de Dezembro de 2006 às 09:21

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Depois do depoimento da cacique Maria Aparecida Tore Ekureudo à Polícia Civil de Primavera do Leste (120 km a Leste de Rondonópolis), sobre o possível atentado contra João Osmar Lopes, 44, o Gaúcho, que havia desaparecido após ter o caminhão incendiado na estrada de acesso à Paraíso do Leste, o caso foi encaminhado ao Ministério Público. Mais cinco pessoas foram ouvidas.

O delegado da Polícia Civil, Jessé de Lima, informou ontem que a cacique se apresentou espontaneamente à Delegacia de Primavera, acompanhada por um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), ontem. O depoimento durou cerca de uma hora e meia.

Segundo Jessé, ela alegou que não quer que a Polícia Civil entre no caso, pois o ocorrido foi em terra indígena, o que seria de competência da União. “Ela disse que isso é um caso para o Governo Federal”, declarou.

A indígena, segundo o delegado, afirmou que o possível atentado teria sido motivado por questões de posse de terra, em Jarudore. “Ela alegou que o que aconteceu foi para pressionar e expulsar os índios da área e que isso partiu de um grupo de moradores”, disse Jessé.

O delegado preferiu, por enquanto, ainda não dizer quem seriam os moradores acusados pela bororo, mas afirmou que a cacique não quer conflito. “Em todo o momento, ela disse que não quer entrar em disputa com a comunidade de Jarudore”, reafirmou o delegado, ao ressaltar que mais cinco moradores do distrito, alguns testemunhas do caso, foram ouvidos na Delegacia da Polícia Civil de Poxoréu (83 km a Leste de Rondonópolis).

O caminhão incendiado ainda está no mesmo local, na estrada de acesso ao vilarejo de Paraíso do Leste, próximo ao Distrito de Jarudore. Até sexta-feira, não havia sido concluída a perícia técnica no veículo, segundo Jessé. O delegado reafirmou que as investigações continuam, mesmo com o recesso de fim de ano, mas não fez previsão de quando haverá alguma resposta do Ministério Público se o caso será ou não de responsabilidade da Polícia Federal.

SEDADO – Gaúcho está ainda em observação no Pronto-Socorro de Primavera do Leste. De acordo com médicos do hospital, ele se locomove dentro do quarto, faz refeições e está sob acompanhamento psiquiátrico. O quadro de João Osmar Lopes, segundo enfermeiros, é estável, mas ele ainda não foi liberado para dar qualquer depoimento.

Familiares passam o dia no hospital acompanhando o quadro clínico do entregador de leite. De acordo com o hospital e a Polícia Militar de Jarudore, ele não apresenta lesões no corpo.

O delegado Jessé de Lima afirmou que só deverá ouvir Gaúcho durante a próxima semana, sem data definida. Ainda não foi feito exame de corpo de delito em João.





Fonte: Diário Regional

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