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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 29 de Dezembro de 2006 às 08:56

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O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), que chefiou o Ministério do Desenvolvimento Agrário no governo de Fernando Henrique Cardoso, vê a proposta de extinção da pasta como um gesto de desespero político do MST e da CPT. “Seria uma loucura jogar diretamente no gabinete do presidente da República os conflitos de terra de todo o País”, diz ele.

“O MST e a CPT fazem isso porque estão num beco sem saída: não viram a reforma agrária deslanchar no governo Lula, como sonhavam, e ao mesmo tempo não conseguem romper com este governo”, continua o ex-ministro. “Restou-lhes exigir que seja dado status de ministério ao Incra, que está mais próximo da ideologia dessas correntes do que o ministério, mais próximo da Contag. Querem um ministério para eles, para o seu aparelho político”, afirma.

O ex-ministro Miguel Rossetto, que permaneceu à frente da pasta durante quase todo o governo Lula, qualifica a proposta como um “equívoco estratégico”. Ele defende a permanência da pasta como articuladora e executora de políticas voltadas não só para a reforma agrária: “Temos no País 4 milhões de famílias de pequenos agricultores, que necessitam de estratégias de apoio específicas.”

Vinculado ao PT do Rio Grande do Sul, Rossetto afirma que o grande desafio do Brasil é construir um modelo agrícola diferente daquele que se baseia na concentração da terra e na monocultura. “Para vencer o desafio não basta distribuir terra. O Incra, o braço executor dessa tarefa, é apenas parte de uma estratégia bem mais ampla.”

Secretaria

O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva, vê com bons olhos a extinção do ministério. Isso permitiria a concretização de uma antiga bandeira dessa organização, que é a volta da Secretaria da Agricultura Familiar ao Ministério da Agricultura. “Atualmente os assuntos referentes à área rural estão distribuídos em seis ministérios, o que é um contra-senso”, diz ele. “Mas a separação dos assuntos referentes aos pequenos produtores do Ministério da Agricultura é um contra-senso ainda maior”, completa.

Para o ruralista, é um erro imaginar que a agricultura familiar não faça parte do agronegócio. “O microprodutor tem um impacto colossal no agrobusiness, como fica claro para quem observa a ação das cooperativas rurais, especialmente no Paraná e Santa Catarina”, afirma. “O mais lógico é que o governo defina planos de ações para todo o agronegócio.”





Fonte: AE

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