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Internacional
Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 16:47

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O papa Bento 16 voltou a expressar nesta sexta-feira preocupação com a legalização dos casais que não se uniram na igreja e os casamentos entre homossexuais, ao lembrar sua viagem à Espanha em julho para a Jornada Mundial da Família.

"Não posso ocultar minha preocupação com as leis dos casais que só se casaram no civil", afirmou o papa em seu discurso aos membros da Cúria Romana, por ocasião das festas natalinas, durante o qual repassou suas viagens durante este ano.

Bento 16 ressaltou o medo dos casais de se unirem para sempre e criticou as novas formas jurídicas "que relativizam o casamento" e fazem "com que aqueles que renunciam a uma união definitiva obtenham uma validade jurídica".

A preocupação do pontífice se concentrou em "uma nova forma de casal que elimina a diferença entre sexos" e que faz com que "seja igual que se unam um homem e uma mulher ou duas pessoas do mesmo sexo".

"Com isto, se confirmam as teorias funestas que eliminam as características de masculinidade e feminilidade do ser humano", disse o papa, que criticou o fato de que é "o intelecto da pessoa que decide o que ser, desprezando assim seu corpo e a esfera biológica".

Diante disto, Bento 16 reivindicou o direito da Igreja Católica a uma "ingerência pública" para "defender o homem, como criatura formada por alma e corpo, à imagem de Deus".

"A viagem a Valência se tornou para mim uma viagem à busca do que significa ser pessoa", afirmou o pontífice, que lembrou seu encontro com as famílias, que lhe revelaram o problema de que na Europa "já quase não se quer ter filhos".

Por isso, agradeceu o esforço de todas as famílias que têm filhos e aceitam "os problemas sociais e financeiros que isto acarreta", assim como aquelas que enfrentam o difícil caminho de sua educação e das normas que têm que transmitir.

Audiência

A audiência de hoje com os membros da Cúria Romana --o governo vaticano-- serviu também para lembrar as outras três viagens realizadas pelo papa durante este ano, como a que fez à Polônia, país natal de seu antecessor, João Paulo 2º.

Sobre esta viagem, Bento 16 destacou sua visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, local da "barbárie mais cruel, quando se quis eliminar o povo de Israel e negar a existência de Deus".

O papa se deteve amplamente ao lembrar sua visita à Alemanha, destacando alguns temas que a viagem inspirou nele, como a importância do celibato e do diálogo ecumênico.

Bento 16 explicou que as razões do celibato entre os sacerdotes "não são só pragmáticas", em relação ao tempo que o casamento roubaria da atividade do sacerdote, mas o sacerdócio tem que ser "uma forma de vida só a partir de Deus".

Polêmica

O pontífice evitou falar das polêmicas que foram levantadas no mundo árabe após seu discurso na Universidade de Regensburg no qual citou o islã e o profeta Maomé e especificou que sua "lição magistral" estava dedicada ao diálogo entre "fé e razão".

Segundo Bento 16, o diálogo entre diferentes confissões "só tocou marginalmente neste discurso" e sob o ponto de vista que "a razão secularizada não permite um verdadeiro diálogo entre as religiões e que as religiões têm que se colocar a serviço da verdade e do homem".

Sobre sua última viagem, à Turquia, o papa avaliou o diálogo com o islã, explicando que "os cristãos se sentem solidários com os muçulmanos que se empenham contra a violência e pela sinergia entre fé e razão, entre religião e liberdade".





Fonte: EFE

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