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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 22 de Dezembro de 2006 às 08:13

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O Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) vota nesta sexta-feira um pacote de sanções contra o Irã, que se nega a suspender seu programa nuclear, alegando ser apenas para fins pacíficos, como a produção de energia elétrica.

A comunidade internacional, que ofereceu a Teerã um conjunto de incentivos econômicos e políticos em troca de uma moratória nuclear, diz que o objetivo é fabricar a bomba atômica.

O CS da ONU deu, no dia 31 de julho, o prazo de um mês para o Irã cessar suas atividades de enriquecimento de urânio. Se não o fizesse, seria alvo de sanções.

Até agora, Teerã insistiu no seu programa nuclear e ameaça romper sua colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se for alvo de sanções.

O pacote de sanções, elaborado pelo Reino Unido, França e Alemanha, exige que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio e seus projetos para a construção de um reator de água pesada.

O projeto de resolução foi negociado pelos cinco membros permanentes do Conselho (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China). Agora, será votado pelo plenário do órgão, composto também por 10 membros não-permanentes.

Se o Irã mantiver seu programa nuclear, o projeto de resolução estabelece a imposição de uma série de sanções. Elas incluem a proibição aos Estados-membros da ONU de fornecer material e tecnologia que possa ser utilizada nos programas nucleares e de mísseis balísticos iranianos.

O projeto de resolução também estabelece o congelamento dos ativos financeiros de companhias e indivíduos envolvidos com os programas, especificados numa lista anexa.

No entanto, o documento não inclui outras sanções como a proibição de viagens às pessoas citadas na lista e representantes das companhias. A Rússia, que está ajudando a construir uma usina nuclear em Bushehr, no golfo Pérsico, vetou a medida.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta quinta-feira que seu país apóia a resolução, mesmo sem a proibição das viagens, um dos pontos que os EUA mais defenderam nas negociações.

Em Teerã, o negociador iraniano na crise nuclear e secretário do Conselho Nacional de Segurança do Irã, Ali Larijani, declarou ontem que "devido à natureza da resolução, não será capaz de pressionar o Irã, que dará a resposta apropriada se ela for aprovada".

"Este comportamento só criará mais problemas. O Irã vai rever sua cooperação com a AIEA e outros âmbitos políticos, econômicos e culturais", acrescentou.

O Irã enviou uma carta ao CS da ONU pedindo sanções contra Israel, alegando que o país possui "armas nucleares clandestinas". Especialistas estimam que Israel possui entre 80 e 200 ogivas nucleares, mas autoridades israelenses reconheceram esse fato nem se dispõem a assinar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).





Fonte: Folha Online

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