Empresa oferece R$ 6,3 mi por ''cidade'' em Minas Gerais

Após três meses do anúncio de que o empreendimento estava à venda, a Vila Residencial Jaguara, no município de Sacramento (MG), pode ter um novo dono. A empresa Tora Agropecuária ofereceu em leilão R$ 6,3 milhões pelo local --R$ 300 mil a mais que o valor mínimo.

A abertura dos envelopes com as propostas ocorreu na quarta-feira, em Belo Horizonte. Só a Tora deu lance.

A área da vila é de 238,7 hectares --o equivalente a 310 campos de futebol. O local tem 70 casas de três e quatro quartos, hotel, igreja, escola, centro comercial, ambulatório, clube, lago para lazer, infra-estrutura de água, esgoto, asfalto, iluminação e até aeroporto.

Jaguara foi construída em 1970 para abrigar trabalhadores da usina hidrelétrica de Jaguara, implantada pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Até os anos 90, cerca de 400 moradores faziam do local uma verdadeira cidade. Eles nem precisavam sair dali para tratar da saúde, passear, ir à igreja ou às compras.

Quem não ficou feliz com a venda foi o engenheiro da usina Nilton Braz, 48, a única pessoa que ainda ocupava uma casa na vila, mesmo sem ter nada funcionando ali há dez anos. Após oito anos de moradia, ele vai ter que se mudar para Uberaba. "No fundo eu fiquei triste porque agora é definitivo. Mas muitas pessoas ficaram tristes. A vila tem uma história."

Por um programa de incentivo da própria empresa, ainda na década de 90, os moradores começaram a se mudar para cidades próximas da usina como Uberaba, Rifaina e Sacramento em busca da casa própria.

Segundo Braz, o contrato da venda está sendo analisado pelo Departamento Jurídico da Cemig. "Eles atenderam o primeiro requisito que era o do preço mínimo."

A Folha não conseguiu localizar a Tora Agropecuária. A Cemig não soube informar em qual cidade ela está localizada.