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Saúde
Sábado - 16 de Dezembro de 2006 às 08:05

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Colniza (1.160 km de Cuiabá), que lidera os casos de malária no Estado de Mato Grosso, enfrenta atualmente um surto de virose. Sem temer exageros, o médico Adir Ferreira de Souza, 50, prefeito empossado no mês passado, estima em 70% a população afetada com a doença. "Em cada casa há pelo menos uma ou duas pessoas com dengue", assegura, ao apontar a doença viral, na cidade de aproximadamente 40 mil moradores. O acúmulo de lixo, entulhos e a falta de ações de prevenção a doenças aparecem como principais causas do surto.

O prefeito veio a Cuiabá, esta semana, tentar sensibilizar autoridades políticas e de saúde sobre o problema. Se reuniu com o secretário de Estado de Saúde, Agustinho Moro, de quem teve apoio para a força-tarefa iniciada na cidade para tentar controlar os criadouros do Aedes aegypti. A mulher do prefeito, Valéria Vanessa Figueiredo, e o filho Gabriel, 7, estão entre os moradores infectados pelo vírus da dengue.

O lixo e o entulho acumulados na cidade, aliados à falta de outras ações de combate ao Aedes, nos últimos meses, são apontados pelo prefeito como as principais causa das viroses que ameaçam a saúde da população de Colniza. "Recolhemos entulhos acumulados há um ano e oito meses", ilustra.

Souza, que era vice do ex-prefeito Sérgio Bastos dos Santos, diz ter se afastado do cargo três meses após as eleições, pelo comportamento "arrogante, truculento e não observância da legalidade" do titular.

Segundo ele, os números reais da doença não eram informados. "O número mais recente que recebi era de 60 casos de dengue", diz, ao assegurar que eles estão longe de refletir a realidade. "Os recursos dos governos estadual e federal não foram usados corretamente", resume, ao apontar a principal falha da administração anterior.

"Para as estatísticas, o que vale é o que está no computador. A realidade é que metade da população está com dengue", insiste. "Não posso falar em epidemia porque não temos esses números oficializados em computador", completa.

A falta de trabalhadores braçais para serviços de limpeza na cidade pode comprovar o abandono. Ao assumir a cidade, Souza se deparou com esse quadro de servidores completamente esvaziado e o quadro administrativo "inchado e com salários altos e incompatíveis com as funções". "Não tenho hoje trabalhador braçal para limpar a cidade", repete, ao afirmar que há muito lixo e entulho para ser recolhido.

A sujeira que "enfeia" e adoece a cidade, segundo ele, se acumula até mesmo no entorno dos prédios públicos. A frota que deveria ser usada pelo setor de limpeza está sucateada, a exemplo das caminhonetes da Saúde, ano 2005, cedidas pelo governo federal. "Estão todas quebradas", lamenta, ao apontar o mau uso e desgaste prematuro dos veículos oficiais.

A reincidência da dengue é o que mais preocupa o médico. "Uma pessoa pode pegar virose de duas a três vezes em um mês. Há pacientes que recebem alta e voltam com os mesmos sintomas nos dias seguintes", alerta o prefeito.





Fonte: Gazeta Digital

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