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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 09 de Dezembro de 2006 às 11:59

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Um incêndio em uma clínica para recuperação de viciadas em drogas matou 45 mulheres pacientes e funcionárias, que foram impedidas de escapar do prédio por barras de metal, disseram os serviços de emergência locais. O incêndio foi provavelmente acidental, segundo autoridades.

A psicóloga do hospital Olga Rudakova disse à emissora NTV que as vítimas eram em sua maioria mulheres com menos de 35 anos, viciadas e infectadas pelo vírus HIV, muitas delas com distúrbios psicológicos.

"As luzes se apagaram e o pânico começou", disse ela. "Todo mundo poderia ter saído, não havia pacientes que não podiam se mover."

Aos prantos, parentes das vítimas chegavam ao prédio de tijolos à vista com grades brancas nas janelas, enquanto ambulâncias se moviam de um lado para o outro no pátio do hospital. Os vidros de algumas janelas haviam sido quebrados, mas as grades permaneciam intactas.

"O número de vítimas atingiu 45", disse o vice-ministro de Emergências, Alexander Chupriyan a jornalistas do lado de fora do Hospital para Tratamento de Drogas Número 17, no sudoeste de Moscou.

"A julgar pela posição dos corpos, as pessoas tentaram sair, mas não havia uma saída de incêndio disponível."

O Ministério de Emergências disse ter pedido ao um tribunal em março o fechamento do hospital por violações nas normas de segurança contra incêndio, incluindo as barras nas janelas e escadas inadequadas.

Todas as vítimas eram mulheres, sendo duas funcionárias.

"Os funcionários não empreenderam nenhuma medida de resgate", disse Chupriyan. "Quando descobriram o incêndio, simplesmente deixaram o prédio."

Dentro do edifício, alas pobremente mobiliadas e corredores tinham as paredes escurecidas pelo fogo e estavam encharcados.

O prefeito de Moscou, Yuri Luzhkov, classificou o incêndio como uma "tragédia".

"Não havia nada lá que pudesse deter o fogo. Isso é incêndio culposo ou negligência (quando se está) usando material altamente inflamável", disse ele à NTV.

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL

A promotoria pública disse em um comunicado em seu website que começou uma investigação criminal para determinar se houve desobediência de normas de segurança e destruição intencional de propriedade. O documento diz que 12 pessoas foram levadas ao hospital.

"Investigação preliminar mostrou que o foco do incêndio estava localizado no segundo andar de um edifício de cinco pisos, onde haviam sido realizados trabalhos de reparos dias antes", disse o comunicado.

Trabalhadores de resgate disseram que as vítimas foram mortas por inalar a fumaça. O alarme do hospital não tinha nenhum mecanismo para reagir à fumaça, mas apenas ao fogo e a altas temperaturas.

"Há uma probabilidade de 90 por cento de que foi um incêndio culposo", disse Yuri Nenashev, chefe da junta de segurança contra incêndio do Ministério de Emergências.

O porta-voz do ministério, Yevgeny Bobylov, disse que os funcionários do hospital chamaram por socorro com 30 minutos de atraso, permitindo que a densa fumaça se espalhasse até sufocar as pacientes.

"Eles não usaram chaves para abrir as grades para retirar as pessoas. Como resultado, elas foram pegas em uma armadilha", disse ele.

A porta-voz do ministério Irina Andrianova disse à Reuters: "Uma escadaria estava bloqueada pelo fogo e a outra por uma grade de metal, que os bombeiros tiveram de remover."

O alarme soou à 1h42 da madrugada (horário local). Equipes de combate a incêndio chegaram quatro minutos depois e levaram apenas 20 minutos para apagar o fogo.

Vários incêndios têm ocorrido em hospitais na Rússia onde viciados ou doentes mentais são tratados. Eles estão frequentemente instalados em edifícios velhos e em condições precárias.

Em dezembro de 2005, sete pessoas morreram durante um incêndio em um hospital psiquiátrico perto de Moscou. Em 1999, outro incêndio matou 19 pessoas em um hospital para doentes mentais na região de São Petersburgo.





Fonte: Reuters

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