Anistia pede à UE medidas contra os abusos em Israel e territórios palestinos

A secretária-geral da Anistia Internacional (AI), Irene Khan, pediu aos chefes de Estado e de Governo da União Européia (UE) que tomem medidas urgentes contra os abusos dos direitos humanos em Israel e nos territórios palestinos.

Em carta aberta aos líderes da UE, por ocasião da reunião do Conselho Europeu do próximo dia 15, Khan faz várias recomendações, como o envio de observadores internacionais.

Na carta, a diretora-geral da organização humanitária afirma que o desespero pelo futuro fomenta a violência e a radicalização de uma população palestina jovem que não vê perspectivas de uma vida normal.

A previsão é de violência generalizada, colapso das instituições palestinas, deterioração dos direitos humanos e uma crise humanitária, acrescenta.

Segundo o texto da AI, o número de palestinos mortos aumentou nos últimos meses, e a maioria das vítimas civis foi alvo de disparos deliberados ou de ataques aéreos de forças israelenses realizados em áreas povoadas da Faixa de Gaza.

Os foguetes de fabricação caseira lançados por grupos palestinos da Faixa de Gaza em direção a Israel, que danificaram residências e edifícios públicos, além de matarem civis israelenses, criaram um clima de temor, o que levou a um endurecimento de posições em favor de uma resposta militar palestina, ressalta.

A situação econômica - diz a carta- é calamitosa nos territórios ocupados, o que se soma à população em uma pobreza profunda.

Khan pede aos líderes da UE que utilizem sua influência para pôr fim aos massacres e aos ataques contra os civis.

Além do envio de monitores, a AI pede que se averigúe os responsáveis por crimes de guerra, proteja-se a população palestina e se detenha a venda de armas.

A secretária-geral também solicita que qualquer processo de paz leve em conta assuntos fundamentais de direitos humanos.