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Politica Brasil
Segunda - 27 de Novembro de 2006 às 21:52

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No primeiro dia de julgamento, o ex-deputado Hildebrando Pascoal (PFL-AC) falou durante cerca de quatro horas para se defender. O ex-parlamentar começou a ser julgado na manhã desta segunda-feira (27). Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do soldado do Corpo de Bombeiros Sebastião Crispim, em 1997.

Crispim ia prestar depoimento contra Hildebrando, mas foi morto antes disso, o que levou o Ministério Público Federal (MPF) a acreditar na tese de queima de arquivo. O soldado assassinado teria feito parte do chamado esquadrão da morte que atuaria no Acre, sob o comando do ex-deputado. A defesa alega inocência e diz que não há provas do crime.

Choro Durante sua longa sua longa explanação, Hildebrando insistiu na tese de que houve uma espécie de complô contra ele. O suposto complô envolveria o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF), a Justiça e acusados pelo mesmo crime, que já foram condenados.

Na versão do ex-deputado, os acusados teriam forjado provas e feito um acordo com autoridades para se livrar da acusação. Em um discurso de fundo emocional, ele também disse ao júri que tem vários problemas de saúde.

“A revolta é grande. Sou inocente, não transgredi a ordem, me insurgi contra atos do Poder Judiciário e do Ministério Público, por isso perdi minha vida. Não sou criminoso, sou vítima de uma conspiração”, declarou Hildebrando, que ficou emocionado ao se dirigir aos jurados.

Prisão política O ex-deputado chegou a se declarar um “preso político” e atribuiu até mesmo a cassação de seu mandato, em 1999, ao suposto complô.

“Ele disse que era um preso político, mas o Ministério Público diz que ele é um ex-político preso pelos crimes que cometeu. Ele foi expulso do partido e cassado pela Câmara dos Deputados”, afirmou o procurador da República Vladimir Aras, que atua na acusação.

Segundo o defensor público Sérgio Habib, que foi designado para atuar na defesa de Hildebrando, o ex-deputado já foi condenado a mais de 60 anos de reclusão por diversos crimes – como homicídio, tráfico de drogas e crime eleitoral, entre outros.

Ele cumpre pena em um presídio do Acre, mas, desde o mês passado, aguardava o julgamento – que já havia sido adiado três vezes - em Brasília.

Pelos cálculos do Ministério Público, se for considerado culpado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, o ex-parlamentar pode ser condenado a uma pena de até 30 anos.

O julgamento deve durar pelo menos três dias. Inicialmente, foi feito o interrogatório. A leitura do processo começou nesta segunda-feira e deve terminar na terça-feira (28). Depois disso, serão ouvidas as testemunhas – cinco de acusação e nenhuma de defesa. Em seguida, haverá debates entre o MP e a defesa – que podem durar até cinco horas – e a sentença.

Outros cinco acusados já foram condenados pelo crime. Todos responsabilizaram Hildebrando pela morte do soldado. Um acusado foi absolvido por falta de provas.





Fonte: G1

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