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Internacional
Domingo - 19 de Novembro de 2006 às 19:56

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O apreciado ''ouro negro'' é um dos cavalos de batalha entre o direitista Alvaro Noboa e o esquerdista Rafael Correa, a uma semana do segundo turno presidencial no Equador e num momento em que as petrolíferas estão ressentidas com o governo, que reduziu seus lucros em 50%.

Desde abril, as transnacionais são obrigadas a entregar 50% de seus lucros ao governo por causa da alta do preço do petróleo. Em maio receberam outro golpe. O governo declarou a caducidade do contrato que permitia que a americana Occidental Petroleum (Oxy) explorasse cerca de 20% do petróleo equatoriano - 543 mil barris por dia, dos quais 69% são exportados. A decisão causou preocupação entre as outras companhias, que agora temem pela segurança jurídica no país.

As medidas contra as petrolíferas ocorreram num ano eleitoral em que Correa - amigo do presidente venezuelano Hugo Chávez - pediu a retirada da Oxy do país, alegando que a empresa violava a lei. Correa defende a revisão dos contratos.

O esquerdista, que cresceu politicamente depois de ser ministro da Economia durante três meses na administração de Alfredo Palacio, sustenta que a riqueza petrolífera deve ser dos equatorianos. Os contratos do Equador com empresas petrolíferas estrangeiras fixam em 12 dólares o barril quando o referencial para a exportação (WTI) era de 60 dólares há uma semana.

Do outro lado do espectro político, Noboa - um magnata que disputa a presidência pela terceira vez depois de perder as eleições de 1998 e 2002 - mostra-se liberal e aberto ao investimento estrangeiro e proclama que honrará os contratos.

"Os contratos já firmados serão respeitados e daremos facilidades para que haja novas explorações e o Estado possa ter mais receitas", expressou.

Com as reformas petrolíferas, o Equador conta com novos recursos que em 2006 chegarão a cerca de dois bilhões de dólares, segundo indicou à AFP o ministro da Economia, José Jouvín.

Noboa, que ganhou o primeiro turno presidencial no dia 15 de outubro com 26,8% dos votos contra 22,8% de seu rival, pretende aumentar a produção para 800 mil barris por dia para reativar a economia.

Ambos estão tecnicamente empatados, segundo a mais recente pesquisa da Cedatos-Gallup (52% Noboa e 48% Correa).

"Acredito que o ambiente criado por um eventual governo de Noboa é mais propício ao investimento e à geração de empregos", disse o dirigente empresarial Patricio Donoso.

Para o cientista político Fernando Bustamante a opção é Correa, que poderá "evitar uma concentração de poderes numa república que, se ficar nas mãos de um regime patrimonialista e unificado sob um único comando (de Noboa), poderá facilmente degenerar num estilo de governo privatizado".





Fonte: AFP

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