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Saúde
Quinta - 16 de Novembro de 2006 às 19:34
Por: Carolina Miranda

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A Secretaria de Estado de Saúde acatando as novas determinações do Ministério da Saúde no enfrentamento da dengue passa neste dia Nacional de Combate, dia 18 de novembro, a monitorar os 141 municípios na interiorização de suas ações. Neste ano, o conceito dado pelo Ministério da Saúde é de que todos os dias deve-se combater a dengue. Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Lourdes França, a conscientização se dará em ações de educação em saúde. Os municípios poderão desenvolver suas atividades com mobilização popular em praças, arrastões nas regiões periféricas e centrais das cidades, atividades em escolas, utilização de atividades lúdicas, palestras e eventos culturais com temas voltados ao assunto, além da disponibilização de nota técnica com informações corretas sobre a doença no que diz respeito aos sintomas, formas de transmissão, tratamento e tipos.

Esta nova ótica foi adotada na última Reunião Estadual de Avaliação do Programa de Controle da Dengue, onde o Ministério da Saúde creditou os serviços que estão sendo desenvolvidos pelo Estado no enfrentamento a doença e avaliou como positiva as tomadas de decisões de Mato Grosso de ter se antecipado no processo da interiorização. O Estado vem conquistando posições vantajosas, com menor aumento percentual de casos de dengue na região Centro Oeste, 24.88%. E ficou, também, com a 12ª posição no ranking dos Estados com número de casos de dengue confirmados e óbitos causados pela doença, atrás de Estados como o Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro e Goiás. (Foram seis casos confirmados e um óbito até outubro de 2006).

A meta do Estado é baixar ainda mais os índices de casos confirmados da doença. Lourdes França ressalta os resultados práticos que já vem sendo produzidos com as implementações de ações de vigilância e controle da doença no âmbito do controle da dengue por parte da Secretaria de Estado de Saúde. “Tivemos um aumento de casos notificados, em comparação com os dados de janeiro a outubro do ano passado, e uma redução do número de casos confirmados, além de uma queda de 57% nos casos de dengue hemorrágica, até agora, e de 75% menos óbitos do que no ano passado. Temos investido em capacitações de técnicos e médicos para o diagnóstico da doença, além da promoção de amplas atividades de educação em saúde”, lembrou.

Segundo o Sistema de Informações de Agravos Notificados (Sinan), de janeiro a outubro de 2006 foram notificados 10.728 casos de dengue em Mato Grosso, um aumento de 21% sobre os 8.860 casos notificados em 2005, no mesmo período. Já os casos confirmados da dengue, no período de janeiro a outubro de 2006, foram de 4.602, uma redução de 7% em comparação com os 4.914 casos confirmados, no mesmo período do ano 2005.

De acordo com a responsável técnica da Coordenadoria de Controle de Zoonozes da capital, Deise Cristina Macanhan as ações para o dia 18 de novembro serão voltadas aos bairros. As atividades de Cuiabá iniciarão às oito horas da manhã com arrastões nos bairros prioritários, considerados com índices larvários mais altos, no 1º de março, São João Del Rei, Novo Terceiro, Cidade Verde, Dispraiado e Ribeirão do Lipa.

Ainda segundo Lourdes França, os demais municípios do Estado também utilizarão as metodologias preconizadas pelo Ministério, uma vez que o intento no combate a dengue é o envolvimento continuado da população e entidades civis organizadas. “O controle da doença que só pode ser alcançado com um esforço em conjunto e acima de tudo com mudanças de atitude”, finalizou.

NOTA TÉCNICA:

SINTOMAS A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

TRANSMISSÃO

A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Temperatura - A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.

Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.

SintomasApós a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:

Dengue Clássica· Febre alta com início súbito· Forte dor de cabeça· Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos· Perda do paladar e apetite· Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores· Náuseas e vômitos· Tonturas· Extremo cansaço· Moleza e dor no corpo · Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue hemorrágicaOs sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:· Dores abdominais fortes e contínuas. Vômitos persistentes · Pele pálida, fria e úmida· Sangramento pelo nariz, boca e gengivas· Manchas vermelhas na pele· Sonolência, agitação e confusão mental· Sede excessiva e boca seca· Pulso rápido e fraco· Dificuldade respiratória· Perda de consciência.

Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.

TRATAMENTO

O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.

A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea. A pessoa deve manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.

Ao ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo mais grave. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.





Fonte: Da Assessoria

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