Encontrados na Argentina fósseis de urso com mais de 700 mil anos

Restos fossilizados de um exemplar adulto de urso que viveu há mais de 700 mil anos foram descobertos por especialistas do Museu Paleontológico da cidade de San Pedro, na província de Buenos Aires, informou nesta quarta-feira a entidade em um comunicado.

A descoberta incomum do maior carnívoro que viveu no Quaternário ocorreu em uma paragem conhecida como Vuelta de Obligado, um local às margens do rio Paraná, sobre barrancos de mais de 20 metros de altura.

Um morador do local encontrou os fósseis e, desconhecendo o valor científico de sua descoberta, os levou para casa e os deixou em um canto.

Tempos depois, uma família da região comprou do homem uma série de objetos antigos e, ao revisar o baú que havia adquirido, viram os ossos e decidiram colocá-los em uma vitrine.

Foi ali que foram encontrados pelo diretor do museu, que convenceu a família sobre os benefícios de sua exposição pública.

Os ossos fossilizados compreendem várias vértebras da coluna, alguns dentes soltos, a mandíbula esquerda completa e a parte frontal do crânio do animal com a dentição intacta.

O exemplar era da espécie Arctotherium latidens, que viveu durante o Pleistoceno médio a superior e desapareceu no fim da Idade Ensenadense, há 700.

000 anos.

Os Arctotherium machos chegavam a pesar 1.000 quilos e suas armas de ataque principais eram os enormes caninos e suas longas e afiadas garras, segundo especialistas.

Similares ao grande urso pardo, que atualmente vive nos bosques do hemisfério norte, seu comportamento era, segundo estimam os cientistas, parecido com o de seu descendente.

Estes grandes carnívoros não foram muito numerosos, razão pela qual a possibilidade de encontrar seus restos fossilizados são extremamente pequenas.

Por esta razão o valor científico deste exemplar é muito alto, pois dá aos especialistas um material muito escasso no momento de tentar reconstruir a evolução dos ursos na América do Sul.