FMLN: vitória de Ortega inicia derrota do neoliberalismo na América Central

A Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN, de esquerda) de El Salvador comemorou nesta terça-feira a virtual vitória de Daniel Ortega nas eleições presidenciais da Nicarágua, garantindo que é o início do fim do neoliberalismo na América Central.

"O modelo de corte neoliberal aplicado desde os anos 90 na região começou a sofrer um revés na Nicarágua e marca o início da decadência de um sistema que deixou um rastro de pobres que, como único caminho, têm de migrar para outros países", disse à AFP seu porta-voz, Sigfrido Reyes.

Para o grupo, que enviou uma ampla delegação para observar as eleições na Nicarágua, a derrota da direita, que estava no poder nesse país, significa que o povo se "ressentiu" de medidas como a privatização do ineficiente serviço de energia elétrica, entre outras coisas.

"Os resultados da Nicarágua são um prenúncio de que a onda de mudanças que se iniciou na América do Sul chegou à América Central, e a vitória de Ortega representa para a FMLN satisfação e motivo de celebração", frisou Reyes.

Segundo a FMLN, o perdedor "óbvio" destas eleições no nível doméstico foi a direita empresarial, assim como o Movimento Renovador Sandinista, aos quais chamou de "inescrupulosos e sem ética" por terem se prestado ao jogo da direita e da política dos Estados Unidos.

"Em nível externo, também foi perdedora a política agressiva da Casa Branca, que de uma maneira tosca e grosseira, submeteu o povo nicaragüense a uma extorsão em massa com insistentes ameaças de mudar sua política diante de uma eventual vitória de Daniel", acrescentou o porta-voz.