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Internacional
Terça - 07 de Novembro de 2006 às 19:30

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Os Estados Unidos realizam nesta terça-feira eleições que podem limitar o poder do Partido Republicano do presidente George W. Bush, forçar uma reviravolta no Iraque e definir o legado do mandatário, que ainda tem dois anos pela frente na Casa Branca.

O Partido Democrata deve retomar o controle da Câmara dos Deputados pela primeira vez desde 1994, mostraram pesquisas de intenção de votos. Já o controle do Senado depende de diversas disputas nos Estados que estão muito acirradas para se prever os resultados.

A maioria democrata em apenas uma das Casas do Congresso norte-americano pode emperrar a agenda do segundo mandato de Bush e dar aos democratas a chance de investigar as medidas mais controversas do presidente, como a guerra no Iraque.

Em algumas áreas do leste dos EUA as urnas abriram às 9h (horário de Brasília) e vão começar a fechar às 21h (horário de Brasília), mas poderá levar horas até que os primeiros resultados sejam conhecidos.

Autoridades e especialistas reportaram o mau funcionamento de urnas eletrônicas em Indiana, Ohio, Nova Jersey, Colorado e Flórida, mas a maioria dos problemas foram pequenos e temporários.

"Estamos escutando coisas isoladas, dispersas sobre o mau funcionamento das urnas, algumas informações ... em termos de supressão de eleitores e intimidação", disse Steven Huefner, um especialista da Escola de Direito Moritz, da Universidade do Estado de Ohio. "Ainda é muito cedo, mas esperava que as coisas pudessem ser um pouco mais calmas."

O presidente Bush votou em Crawford, Texas, fazendo uma brincadeira de que já tinha o voto "praticamente" definido. Depois de cinco dias visitando 10 Estados para estimular o voto de militantes republicanos, Bush pediu nesta terça-feira que os norte-americanos votem, não importa em quem.

Ann Balentine, eleitora de Des Moines, Iowa, se disse indignada com o volume de propaganda negativa e defendeu que os congressistas tenham limites bem definidos. "Acredito que esses idiotas têm que sair do Congresso após 8 ou 12 anos", afirmou.

Para Jan Mitchell, enfermeira de 54 anos, de Miami, a guerra no Iraque foi um fator crucial. "Temos que sair de lá", disse. "Não deveríamos estar lá em primeiro lugar, mas isso parece estar fora de questão."

Julie Cerf, de 49 anos, de um grupo de defesa dos direitos humanos, em Montclair, Nova Jersey, disse que votou para os democratas. "Esta administração é um desastre total. Eles estragaram tudo, desde a guerra no Iraque. É hora de dar um tempo."

Charlene Apostol, 45 anos, designer gráfica, afirmou ter votado para os republicanos, reclamando que os impostos sobre imóveis quadruplicaram desde que ela se mudou da Califórnia para a Costa Leste.

Todos os 435 assentos da Câmara, 33 no Senado e 36 governos estaduais estão em disputa. Os democratas têm que conquistar 15 cadeiras na Câmara e seis no Senado para retomar o controle das duas Casas do Congresso.

Cerca de 50 vagas na Câmara e 10 no Senado serão disputadas voto a voto.

Analistas independentes prevêem que os democratas ganharão entre 20 e 40 assentos da Câmara, enquanto pesquisas indicam que cadeiras atualmente com republicanos em Missouri, Virgínia, Tennessee, Montana e Rhode Island estão disputadas demais para se determinar um vencedor de antemão. Os democratas provavelmente precisarão de quatro desses cinco Estados para assumir o controle da Câmara.

Duas pesquisas divulgadas na segunda-feira mostraram vantagem de dois dígitos para os democratas. Esses levantamentos se contrapõem a duas pesquisas divulgadas no domingo que mostraram os republicanos se aproximando dos democratas.

Em uma campanha dominada pelo tema do Iraque, Bush defendeu sua forma de conduzir a guerra e questionou o que os democratas fariam de diferente.

"Temos um plano para a vitória. Temos uma estratégia para vencer. E parte disso é eleger republicanos para o Congresso e o Senado", disse Bush em um comício em Bentonville, Arkansas, na véspera da eleição. Com índices baixos de aprovação, ele afirmou que o republicanos terão o controle do Congresso.





Fonte: Reuters

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