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Nacional
Domingo - 05 de Novembro de 2006 às 04:40

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Pesquisa realizada pela geógrafa Fernanda Amante, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), estampa os transtornos provocados pelas enchentes na região da Grande Tijuca. Mapa inédito foi traçado mostrando o nível que as águas alcançam, com a chuva, em 50 ruas dos bairros Praça da Bandeira, Tijuca, Vila Isabel, Andaraí e Grajaú. O estudo detalhado leva em conta informações e opiniões da população que vive o problema na porta de casa e do comércio e no trânsito, interrompido em dias de inundação.

O marco foi a tempestade que atingiu o Rio em 27 de janeiro, onde 13 pessoas morreram. Após as fortes chuvas, alunos do curso de graduação saíram às ruas e entrevistaram 632 moradores na região. No retrato do caos, há pontos em que o nível da água fica acima de 1 metro. Na Tijuca, são as ruas Mariz e Barros, Doutor Satamini e Joaquim Palhares e a Avenida Francisco Bicalho, da saída da Linha Vermelha até os elevados.

Escolas em risco Inundações invadem casas e paralisam o trânsito também nas avenidas Maracanã e Professor Manuel de Abreu e ruas Professor Eurico Rabelo e Mata Machado, no Maracanã. De 34 escolas localizadas no mapa, 11 estão em área em que a água beira um metro.

O sufoco para chegar à faculdade em dias de fortes chuvas fez a pesquisadora a mergulhar na busca de explicações sobre o fenômeno. "Cansei de ficar ilhada pelas enchentes. O mapa dá uma visão geral e não apenas pontual do que acontece nessas horas. Com ele, pode-se pensar em caminhos alternativos para o trânsito", sugere.

Os relatos da comunidade foram comparados com os perfis topográficos da região, com base em dados do Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio. O estudo mostra que a Praça Afonso Pena vira uma piscina porque está abaixo do nível das ruas em volta. Na avenida Heitor Beltrão, o nível da rua sai de sete metros para três metros acima do nível do mar, próximo à rua Mariz e Barros.

Sem rotina No trecho do mapa que mostra Tijuca, Maracanã, Vila Isabel e Praça da Bandeira, em 13 há pontos onde a água passa de 1 metro de altura. A moradora Helena Maria Faustino, 54 anos, da rua Duque de Caxias, em Vila Isabel, reclama da falta de bueiros - só há um em toda a rua - e do esgoto jogado no rio dos Cachorros, que passa embaixo da calçada de seu prédio.

"A água vem do (Boulevard) 28 de Setembro e da rua Torres Homem e o bueiro não dá vazão", descreve.

Para a geógrafa Fernanda, o Rio Cidade na Tijuca amenizou as enchentes, com o aumento das galerias pluviais. "Mas as águas vão para canais que não são limpos freqüentemente. As ações não são preventivas", ressalta.

Lixo, ligações clandestinas de esgoto e desmatamento são agravantes da situação. Rio-Águas afirmou que realiza todo ano o Programa de Conservação de Rios e Canais para prevenir enchentes. De 2001 a 2006, foram investidos R$ 30 milhões. E que mês passado, já está em vigor o Plano Verão, com ações de vários órgãos contra inundações.





Fonte: O Dia

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