Gripe das aves: OMS reforça críticas à falta de transparência da China

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lamentou, mais uma vez, nesta sexta-feira, a falta de transparência da China na gestão da gripe das aves. "A situação na China é confusa, as informações são contraditórias", declarou à AFP Julie Hall, uma das responsáveis da OMS em Pequim.

"Nós não sabemos realmente quantas cepas de vírus há na China porque o ministério chinês da Agricultura não divulga todas as informações e porque não obtivemos as amostra que pedimos", acrescentou Hall, especialista em doenças contagiosas da OMS de Pequim.

Hall reagiu às conclusões dos pesquisadores de Hong Kong e dos Estados Unidos que afirmam que uma nova cepa do vírus H5N1 foi detectada no sul da China, o que o governo chinês desmentiu.

Segundo a organização internacional, a China havia aceitado em março enviar cerca de 20 amostras de vírus coletados em aves mortas no país para que elas fossem analisadas nos laboratórios reconhecidos pela OMS. Em 2004, Pequim mandou cinco amostras.

A OMS lamenta este atraso, porque atrapalha muito a adoção de uma vacina para os humanos contra a gripe das aves.

A má vontade chinesa pode ser explicada pela ambição do país de adotar sua própria vacina.

Na China, 40 focos foram detectados em um ano, 21 pessoas pegaram gripe aviária, e 14 morreram segundo números oficiais.

Recentemente, as autoridades sanitárias chinesas pediram às autoridades locais que sejam vigilantes porque pode haver uma nova onda de casos de gripe das aves neste período de mudança de estação.