Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 01 de Novembro de 2006 às 09:55

    Imprimir


Grupos religiosos ultraconservadores e forças políticas direitistas nos Estados Unidos, além de argumentos doutrinais no Vaticano, estão solapando os esforços para melhorar a saúde sexual e reprodutiva no mundo todo, segundo um relatório publicado na edição da revista médica "The Lancet" na internet. Especialistas que averiguam os problemas relacionados com doenças transmitidas sexualmente, controle de natalidade e abortos acusam esses "cruzados morais" de obstaculizar seus esforços, assinala a publicação médica britânica.

"A realidade é que os EUA têm tão enorme influência no mundo todo que tudo o que fazem tem um impacto enorme", afirma a professora Anna Glasier, da Universidade de Edimburgo, co-autora do relatório.

"O problema não é tanto que estejam crescendo as forças conservadoras no mundo todo, mas os países que se tornaram mais conservadores são precisamente os que têm mais influência", explica Glasier, que também acusa o Vaticano de impedir que se avance mais nessa área.

Segundo o relatório, a cada ano, 340 milhões de pessoas são infectadas por gonorréia, sífilis, clamídia, tricômona e outras doenças de transmissão sexual.

Mais de 120 milhões de casais têm relações sexuais sem proteção contra sua vontade e cerca de 19 milhões de mulheres se submetem a abortos em condições perigosas, o que origina 70 mil mortes que poderiam ser evitadas.

Segundo a pesquisadora britânica, com medidas econômicas, mas eficazes, seria possível superar todos esses problemas se houvesse vontade real de fazê-lo.

Na apresentação do relatório, o diretor da revista científica "The Lancet", o médico Richard Horton, afirma que "o sexo, os abortos, o controle da natalidade e as infecções sexualmente transmissíveis - incluindo a aids - são um tema tabu para muitos países, culturas e religiões".

"Por exemplo, por motivos em boa parte políticos, os EUA bloquearam programas destinados a proteger as mulheres de gravidezes não desejadas", assinala.

"Por motivos doutrinais, a Igreja Católica rejeitou técnicas simples e eficazes que teriam um impacto substancial não só nos índices de fertilidade, mas também nos de desenvolvimento humano", acrescenta Horton.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/263961/visualizar/